Globo aposta em MC Cabelinho para atrair público jovem ao cinema

Foi por causa de "Vai na Fé" que o filme saiu do papel

Folhapress Folhapress -
MC Cabelinho. (Foto: Foto: Reprodução/Instagram/mccabelinho)

GABRIEL VAQUER

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Globo marcou para o verão de 2025 a estreia do filme “Tudo Nosso”, que vai trazer o cantor MC Cabelinho como protagonista de um longa-metragem pela primeira vez. Quem também está no elenco é a cantora Malía, em sua estreia como atriz.

O F5 acompanhou um dia de gravações do filme, escrito por Renata Sofia, Pedro Alvarenga e Fabrício Santiago, com quem Cabelinho trabalhou na novela “Vai na Fé” (2023). A direção é de Fábio Rodrigo, de “Os Outros 2”.

Foi por causa de “Vai na Fé” que o filme saiu do papel. Em pesquisas feitas na época de exibição da trama de Rosane Svartman, o personagem de Cabelinho era o que tinha maior aceitação entre os jovens que assistiam à novela.

Cabelinho conta que a história de “Tudo Nosso” tem um pouco a ver com a sua história. Na trama, ele vive Nando, um entregador de lanchonete que tem como sonho ser uma estrela do trap funk, assim como o rapper na vida real.

“Muito ‘menor de favela’ vai se identificar com esse filme. As crianças também. E as pessoas vão se ver no filme. Porque toda favela tem uma Dona Mirtes, tem um Bonito, um Nando. E eu gosto de saber que o meu povo vai se identificar com a história, que os favelados vão se identificar com a história. Isso para mim já basta”, afirmou.

Ele em seguida conta os corres que viveu até chegar onde está. “Já ajudei meu tio a instalar persiana na casa das pessoas, trabalhei em oficina mecânica, fui estoquista de loja, vendi papel de presente nas ruas de Copacabana no fim do ano, na época do Natal… Até que um dia, uma das minhas músicas estourou e eu consegui viver só da música”, relembra.

Já Malía estreia como atriz após fazer alguns testes. A cantora chegou a tentar entrar em “Vai na Fé”, inclusive como Kate, que consagrou Clara Moneke. Mas ela diz entender que tudo tem a sua hora. E o longa veio no momento certo.

“Eu já fui chamada algumas vezes para fazer alguns testes, e entendi que precisava de tempo suficiente para me dedicar. Tenho muito respeito pela profissão, tem muito estudo para chegar no processo final. Cheguei aqui depois de acreditar e me dedicar bastante. Agora que tenho tempo, eu super quero. Já estou acostumada com set lotado e carga horária”, afirma.

Para Malía, o filme pode atrair também por ser um longa que mostra a realidade de muita gente. “Como artista, mulher negra, favelada, e cria da Cidade de Deus, me sinto feliz em reverter essas referências, mostrar que o povo pode criar. É um filme que fala sobre a carência, mas não sobre o lado ruim disso. Sobre como podemos vencer”, diz.

O longa-metragem é mais um projeto lançado pela Globo neste ano, que grava filmes em um modelo veloz, com exibição em cinemas e depois no Globoplay. “Dona Lourdes – O Filme” foi o primeiro da leva. Nos próximos meses, serão lançados “Vítimas do Dia” e “A Lista”.

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