A menos de um mês das eleições presidenciais dos Estados Unidos, os candidatos Kamala Harris e Donald Trump seguem tecnicamente empatados na maioria das pesquisas.
O resultado se repetiu em dois levantamentos divulgados nesta terça-feira (8), um realizado pelo jornal The New York Times em parceria com o Siena College e o outro, pela agência de notícias Reuters com o instituto Ipsos.
No caso da pesquisa New York Times/Siena College, esta foi a primeira vez em que Kamala apareceu numericamente à frente de seu rival republicano desde que ela foi apontada como possível substituta de Biden, registrando 49% das intenções de voto contra 46% de Trump.
A diferença está dentro da margem de erro, de 2,4 p.p. (pontos percentuais) para mais ou para menos, mas pode representar uma notícia promissora para a campanha da vice-presidente. A edição anterior do levantamento -divulgada logo depois do debate entre Kamala e Trump, em setembro- mostrava ambos os candidatos com 47% das intenções de voto.
O estudo divulgado nesta terça também foi o primeiro da série histórica em que ela foi considerada a candidata que mais representa a mudança por uma fração maior dos entrevistados. Enquanto 46% da amostragem consideram que ela merece o título, 44% dizem que ele cabe a Trump. Nas pesquisas New York Times/Siena College anteriores, o ex-presidente, que frequentemente se apresenta como um outsider na política, aparecia na frente nesse quesito.
A mesma análise indica que Trump segue com vantagens importantes, contudo. Eleitores afirmaram confiar mais nele do que em Kamala para lidar com a área que mais os preocupa -no caso de 30% deles, economia.
Além disso, 42% disseram que as políticas instituídas pelo republicano em seu período à frente da Casa Branca os beneficiaram pessoalmente, contra 22% que afirmaram o mesmo sobre o atual presidente, Biden.
No geral, contudo, a corrida segue uma das acirradas da história dos EUA.
Outra pesquisa, a Reuters/Ipsos, vinha mostrando Kamala numericamente à frente de Trump desde que ela entrou na disputa. Ela segue na dianteira de acordo com a sondagem publicada nesta terça. Mas diminuiu a vantagem que tinha em relação a Trump no mês passado.
Assim, se em 24 de setembro ela tinha registrado 47% das intenções de voto e o republicano, 40%, em um estudo com margem de erro de 4 p.p., desta vez as porcentagens foram de 46% e 43%, respectivamente, e a margem de erro, 3 p.p.
Vale notar que, embora as pesquisas nacionais sejam um bom termômetro do clima das eleições nos EUA, elas não costumam ser indicadoras confiáveis quando se trata do pleito presidencial. Isso porque ele é indireto, realizado por meio do Colégio Eleitoral, um órgão formado por 538 delegados que se espalham pelos estados de modo a refletir seus respectivos pesos demográficos.
Historicamente, a maioria dos estados vota em um ou outro partido. A verdadeira disputa se dá então nos estados cuja população não é fiel a uma legenda, os chamados estados-pêndulos -no caso, Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. É possível vencer no voto popular em escala nacional, mas perder a eleição em caso de derrota nesses estados-chave.