Clube de handebol feminino em Goiânia supera limitações financeiras para criar dinastia em Goiás

Projeto social foi fundado há pouco mais de cinco anos e já possui tetracampeonato consecutivo no estado

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Clube de handebol feminino em Goiânia supera limitações financeiras para criar dinastia em Goiás
Equipe do Cerrado Handebol Clube foi tetracampeã consecutiva no campeonato estadual. (Foto: Arquivo Pessoal/ Tamara Amizuê)

Criar um legado. Muito mais do que colecionar títulos, esse é o objetivo do Cerrado Handebol Clube, time que tem formado uma dinastia em Goiás, na categoria feminina da modalidade.

Nos últimos quatro anos, a equipe venceu todas as edições do Campeonato Goiano, sendo tetracampeãs de forma consecutiva.

O que mais surpreende é o fato de que a equipe foi fundada em setembro de 2019 e, mesmo com pouco tempo de existência, já tem se mostrado uma potência local.

Ao Portal 6, a jogadora e uma das fundadoras do Cerrado, Tamara Amizuê, de 33 anos, destacou toda a garra das atletas para superar os desafios e chegar tão longe nas competições.

Tamara Amizuê é uma das fundadoras do Cerrado Handebol Clube. (Foto: Arquivo Pessoal)

Isso porque nenhuma delas vive exclusivamente do esporte. Dentro da equipe, há veterinárias, maquiadoras, pedagogas, engenheiras, arquitetas, cabeleireiras e até estudante de medicina.

Mas mesmo assim, as jogadoras se dedicam ao máximo pelo coletivo. “Cada uma tem o seu trabalho e se doa de corpo e alma para o Cerrado, por amor. Sem as meninas, a gente não conseguiria chegar em lugar nenhum”, destacou a professora de educação física.

Somente em 2024, o clube de Goiânia conquistou a Taça Centro-Oeste e a Copa Anápolis, além do Campeonato Goiano, no último sábado (12).

Equipe do Cerrado Handebol Clube (Foto: Arquivo Pessoal/ Eduardo Filgueira)

Desafio financeiro

Apesar do excelente desempenho dentro de quadra, a realidade do Cerrado passa por obstáculos, principalmente ao se tratar da questão financeira.

O clube possui dois patrocinadores atualmente, que concedem recursos para pagar o combustível e parte dos uniformes.

No entanto, a equipe não possui condições de disputar torneios fora do estado, devido ao alto custo logístico.

Além disso, foi apenas recentemente que a equipe conseguiu um lugar fixo para treinar. “Antes da final do Campeonato Goiano, estávamos treinando em uma praça, numa quadra aberta”, explicou Tamara.

Agora, após fazer uma parceria com um colégio estadual em Goiânia, as atletas possuem um espaço adequado para as atividades.

Planos para o futuro

Além de Tamara, outro fundador do Cerrado Handebol Clube é Eduardo Filgueira, 57 anos, pai da jogadora e professor de educação física especializado no esporte.

Eduardo Filgueira é treinador do Cerrado Handebol Clube. (Foto: Reprodução/Instagram)

À reportagem do Portal 6, o treinador destacou que o principal objetivo do projeto é oferecer um espaço para que pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade, especialmente crianças carentes, possam praticar esportes. Os títulos e reconhecimento a nível estadual seriam apenas uma consequência do trabalho desenvolvido.

Eduardo explicou que o projeto começou com três atletas, mas que hoje já são mais de 30 prontas para participarem das competições.

No entanto, o clube não pretende parar por aí. A ideia é desenvolver também categorias de base, para a formação de novos jogadores, tanto no feminino quanto para o masculino, já a partir do ano que vem.

Dessa forma, tanto Eduardo quanto Tamara destacaram que o Cerrado está procurando novos patrocinadores, para poder dar continuidade e desenvolvimento aos projetos.

Atletas de elite

Vale destacar que, mesmo com poucos recursos para investimentos, duas jogadoras que passaram pelo Cerrado hoje jogam na Europa.

São elas: Thalyta Vitória, que já teve passagem na Seleção Brasileira e atualmente joga no Club Balonmano San Jose Obrero, da Espanha; e Juliana Morgana, que se encontra no Pallamano Mezzocorona, da Itália.

Thalyta Vitória com as cores da Seleção Brasileira de Handebol. (Foto: Reprodução/Instagram)

Juliana Morgana com as cores do Cerrado Handebol Clube. (Foto: Reprodução/Instagram)

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