Promotor de Anápolis se mostra confiante na condenação de homem que causou morte de família: “culpa exclusiva do réu”

Eliseu Belo comparou o caso ao do empresário Christiano Mamédio

Davi Galvão Davi Galvão -
Promotor de Anápolis se mostra confiante na condenação de homem que causou morte de família: “culpa exclusiva do réu”
Fusca ficou completamente destruído após o acidente. (Foto: Reprodução)

Marcado para às 8h30 desta quinta-feira (13), em Anápolis, o Tribunal do Júri  decidirá a pena de Elivan Pereira da Silva – acusado pelo Ministério Público de ter provocado um acidente automobilístico que custou a vida de cinco pessoas, incluindo um bebê, de apenas dois anos.

Em entrevista ao Portal 6, o promotor Eliseu Belo, afirmou estar confiante de que, com as provas reunidas ao longo do processo conseguirão a condenação do réu.

Eliseu Belo é promotor na comarca de Anápolis. (Foto: Reprodução/ Instagram)

O acidente aconteceu no dia 23 de abril de 2016, na GO-330, Km 315, na altura do município de Campo Limpo. As vítimas, que estavam a bordo de um Fusca azul, eram o casal Antônio Pedro Cordeiro (54) e Elcina Pereira Cordeiro (44), pais de Laís Pereira Cordeiro (23) e sogros de Lucas da Costa Moura (23). O neto Davi Lucas Pereira Costa (2), também estava no automóvel.

“Além das testemunhas, a perícia feita no local do acidente, no mesmo dia, constatou que a culpa foi exclusiva do réu. Ele dirigia em alta velocidade, zigue-zagueando pela via e em determinado momento entra na contramão e colide contra o veículo da família”, detalhou. Todos os ocupantes do Fusca faleceram na hora.

O impacto foi tão forte que o motor do veículo conduzido pelo réu foi arremessado em mais de 10 metros.

MPGO

Motor do veículo conduzido pelo réu foi arremessado em 10 metros, tamanha a força do impacto. (Fonte: MPGO)

Além disso, o promotor destacou que, embora Elivan tenha se recusado a fazer o teste do bafômetro, a embriaguez foi confirmada à época por uma equipe policial que foi até o hospital onde ele havia sido encaminhado.

Simplesmente ao aproximarem o dispositivo de medição da boca do réu, já foi apontado índice de 0,22 miligramas de álcool por litro de ar expelido. “Isso duas horas depois do acidente e só de aproximar”, destacou Eliseu.

Existência de dolo

Eliseu destacou que, para a Promotoria, a existência de dolo, ainda que eventual, é clara ao analisar-se a situação. Comparando com casos similares, ele destacou o caso do empresário anapolino Christiano Mamedio, que também se envolveu em um acidente automobilístico com vítimas fatais.

No julgamento, a Justiça reconheceu o dolo por parte de Christiano, que assumiu o risco de matar ao desrespeitar as leis de trânsito e também dirigir embriagado.

“É evidente que são dois casos muito semelhantes e eu acredito que, juridicamente falando, o dolo eventual já está bem comprovado”, pontuou.

A expectativa é de que a condenação, com o dolo, proporcione uma pena de 14 a 18 anos de reclusão.

Apesar disso, Eliseu destacou que caso a tese da defesa, de que o crime na verdade se classifica como culposo, seja acatada pelo júri, o réu então não encararia nenhuma represália jurídica, visto que o fato, sob estes termos, já teria prescrito.

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

Publicidade