Fundador do Tio Bák revela como foi início da marca: “eu anotava o pedido, fazia o lanche e saia pra entregar”
Todo o equipamento do qual dispunha era uma chapa velha e uma geladeira usada


Com uma chapa velha comprada em pregão, uma geladeira usada, e muita garra. Foi assim que, em uma pequena sala alugada, no bairro Parque Amazônia, ainda em 2009, José Wilson fez o primeiro hambúrguer que viria a dar origem ao Tio Bák, que hoje conta com nove franquias, sendo uma em Anápolis.
Contando apenas com um ‘funcionário’, ele próprio, ao menos a divisão de tarefas e obrigações dentro da empresa ainda não dava trabalho.
“Era tudo eu. Atendia o telefone, fazia o sanduba, montava e na hora que acabava, colocava na bag, tirava o telefone do gancho e saia para entregar”, relembrou, em entrevista ao Portal 6.
Por mais desgastante que fosse a rotina do “negócio de um homem só”, para José, não havia outra alternativa. À época cuidando dos dois filhos pequenos, o empresário lutava para se recuperar de uma falência – ficando mais de um mês sem sair de casa.
“Foi uma época muito difícil, fiquei um tempo dentro de casa, bem triste, sem dinheiro para pagar conta, mas em retrospecto acho que era Deus me preparando para esse momento”, disse.
A “virada de chave” para José foi quando o filho mais velho, à época com dois anos, pediu um pouco de leite. Porém, na geladeira, não havia sequer o bastante para encher uma mamadeira. “Tive que completar com água. Isso me doeu”.
A partir deste momento, José resolveu que precisava virar o jogo e aproveitou a oportunidade para finalmente pôr em prática um sonho que começou quando ainda era criança.

Atualmente com nove franquias, José revelou que Tio Bak é um sonho desde quando ainda era criança. (Foto: Redes Sociais)
“Quando a gente era pequeno, meu pai cuidava de cinco filhos, sair para comer fora era algo raro. No nosso aniversário, ele falava que a gente podia escolher ou se queria presente, ou ir no Mc Donalds. Eu sempre escolhia o Mc Donalds, achava mágico”, relembrou.
E foi assim que, por vários meses, o “negócio de um homem só” se manteve firme. Sem dinheiro para mesas ou cadeiras, a opção foi seguir com o delivery, em uma época onde hambúrgueres gourmets ainda não tinham se tornado o fenômeno que são hoje.
O primeiro R$ 1 mil e planos para o futuro
No começo das operações, o Tio Bák, à época Tio Bákinas, dependeu de muito boca a boca e certa engenhosidade. Antes do Ifood ou outras plataformas digitais, José criou pequenos ímãs de geladeira com o cardápio embutido, bastando puxar para revelar.
“No começo era difícil até explicar o que a gente era. Não tinha hambúrgueres gourmet que nem tem hoje. Aliás, nem gosto da palavra gourmet. O povo ligava, pedia um x-tudo, eu tinha que explicar o cardápio, pedir para experimentar, mas foi indo”, comentou.
E assim, logo ao final do primeiro ano, já com uma pequena equipe, a hamburgueria se mudou para o Setor Bueno. Em um novo local, com novo público, novos horizontes foram vislumbrados.

Cardápio conquistou os goianienses e marca conta com franquia em Anápolis. (Foto: Redes Sociais)
“No começo eu faturava R$ 50 em um dia, R$ 60 no outro, daí lá no Bueno lembro certinho da alegria quando a gente fechou R$ 1 mil em um só dia. Hoje parece pouco, mas na época foi um marco. Isso fez a gente ter certeza do alcance que eu sempre acreditei que a gente tinha”, pontuou.
Com um cardápio diferenciado e receitas criativas, os lanches em pouco tempo caíram nas graças dos goianienses e não demorou muito para que uma franquia fosse aberta em Anápolis, mantendo as mesmas carnes, molhos e especialidades pelos quais a marca é conhecida.