Anvisa impõe nova regra para venda de Ozempic e outros remédios para emagrecimento
O uso indiscriminado do Ozempic para emagrecimento, sem indicação médica adequada, levantou um grande sinal de alerta


A nova regra da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a venda do Ozempic pegou muita gente de surpresa.
Se você usa ou já pensou em usar medicamentos para emagrecer, é importante entender o que mudou.
Afinal, o Ozempic, originalmente indicado para tratar diabetes tipo 2, ganhou popularidade entre quem busca emagrecer — mesmo sem indicação médica.
Mas por que a Anvisa decidiu intervir agora? E como isso afeta quem já faz uso desses medicamentos?
Anvisa impõe nova regra para venda de Ozempic e outros remédios para emagrecimento
A principal mudança é simples, mas impactante: agora, a receita médica será retida na farmácia na hora da compra do Ozempic e de outros remédios da mesma classe, como Wegovy, Saxenda e Mounjaro.
Isso significa que não será mais possível comprar esses medicamentos só com a apresentação da receita — ela ficará com o estabelecimento, como já acontece com antibióticos.
A medida começa a valer 60 dias após a publicação oficial no Diário Oficial da União.
Por que o controle ficou mais rígido?
O uso indiscriminado do Ozempic para emagrecimento, sem indicação médica adequada, levantou um grande sinal de alerta.
Segundo a Anvisa, muitos pacientes estavam utilizando o medicamento apenas por motivos estéticos, sem qualquer necessidade clínica real.
Além disso, dados preocupantes motivaram a mudança. Cerca de 32% dos efeitos colaterais registrados no Brasil com o uso da semaglutida (substância presente no Ozempic) estão ligados ao uso fora das indicações da bula.
No mundo, essa média é de apenas 10%. Entre os efeitos mais graves está a pancreatite, que pode colocar a vida em risco.
O que dizem os especialistas?
O médico nutrólogo José Israel Sanchez Robles apoia a decisão da Anvisa. Para ele, o controle é essencial para garantir o uso seguro do Ozempic.
Ele lembra que, apesar da eficácia, esses medicamentos têm forte ação no organismo e podem causar sérios efeitos adversos quando usados sem acompanhamento.
O especialista alerta também sobre a banalização do tratamento da obesidade: “Não se trata apenas de emagrecer. A obesidade é uma doença crônica, com causas múltiplas. Usar remédios como solução rápida pode trazer mais problemas do que resultados”.
A manipulação também será fiscalizada
Outro ponto importante da nova norma é o monitoramento das versões manipuladas do Ozempic.
A Anvisa não proibiu essa prática, mas informou que irá acompanhar de perto as farmácias que produzem o medicamento.
A preocupação é que, sem fiscalização, a manipulação possa aumentar os riscos à saúde dos pacientes.
E quem já usa o Ozempic?
Se você já faz uso do Ozempic com acompanhamento médico, continue o tratamento normalmente.
Com a nova regra, será necessário apresentar uma nova receita a cada 90 dias. A prescrição deve conter a dosagem exata para cada período de 30 dias.
As farmácias, por sua vez, só poderão vender a quantidade indicada e não aceitarão receitas vencidas.
Isso vai garantir que cada paciente esteja realmente sendo acompanhado por um profissional de saúde, evitando abusos ou usos inadequados.
O que essa medida representa para o futuro?
A decisão da Anvisa vai além do controle de vendas. Ela reforça a importância de tratar a obesidade com seriedade e responsabilidade. Em vez de buscar soluções rápidas, o ideal é focar em hábitos saudáveis, com apoio médico e acompanhamento contínuo.
O Ozempic pode, sim, ser um aliado no tratamento da obesidade — mas sempre com prescrição adequada e dentro dos limites de segurança.
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