Pena para assassino que matou homem em Campo Limpo e continuou bebendo cerveja deve subir para quase 19 anos
Ministério Público recorreu da sentença apontando erro para menos na dosimetria feita por juíza


O Ministério Público de Goiás (MPGO) aguarda a análise dos embargos de declaração que o órgão apresentou requerendo a majoração da pena de Hélio José Dias, condenado por homicídio qualificado na última terça-feira (20) no Fórum de Anápolis.
O promotor Eliseu Belo identificou um erro no cálculo da pena aplicada pela juíza que presidiu os trabalhos no Tribunal do Júri, uma vez que três detalhes foram reconhecidos para qualificação do crime. No entanto, apenas dois foram aplicados para dosimetria da pena.
No recurso, o MPGO aponta que a magistrada deveria ter calculado a pena com base no intervalo de tempo previsto para o crime (entre 12 e 30 anos). Isso resultaria em um acréscimo de 2 anos e 3 meses como atenuante.
“Para três circunstâncias judiciais negativas, o acréscimo total deveria ser de 6 anos e 9 meses — resultando em uma pena-base de 18 anos e 9 meses de reclusão”, sustenta o promotor Eliseu Belo no documento.
No entanto, a pena-base foi fixada pela juíza em apenas 16 anos e 6 meses.
Rápidas apurou que a expectativa é que os embargos sejam acolhidos.
Autor do crime atirou contra as costas da vítima
Realizado pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Anápolis, o julgamento terminou com a condenação de Hélio José Dias por homicídio qualificado.
O Conselho de Sentença reconheceu que o crime foi cometido com recurso que impossibilitou a defesa de Rodrigo Carlos Arantes, atingida por disparos nas costas.
Atuação de Eliseu Belo convenceu os jurados
Titular da 16ª Promotoria de Justiça, Eliseu Belo é conhecido na comarca por ser detalhista e competente.
A atuação dele foi decisiva para convencer os jurados, que rejeitaram as teses apresentadas pela defesa.
Isso porque os advogados do réu queriam o enquadramento do crime como lesão corporal seguida de morte e, assim, conseguir uma pena bem menor para o assassino.
Para eles, Hélio apenas agiu por “violenta emoção” após ser provocado pela vítima.
Condenação demorou quase 10 anos após o crime e Hélio saiu do Fórum preso
O crime aconteceu no dia 8 de julho de 2016, por volta das 18h, no Bar do Valter, localizado no Jardim Sol de Verão, em Campo Limpo de Goiás.
Conforme a denúncia oferecida pelo MPGO, Rodrigo Carlos Arantes chegou ao estabelecimento e pediu dinheiro a Hélio José Dias, que respondeu que a vítima “deveria procurar um trabalho”.
A resposta gerou uma discussão entre os dois, que evoluiu para luta corporal. Durante o confronto, Hélio sacou uma arma de fogo e Rodrigo tentou fugir correndo.
Promotor mostrou imagens decisivas para jurados
Imagens de câmeras de segurança apresentadas aos jurados pelo promotor mostraram Rodrigo Carlos sendo perseguido e recebendo três tiros pelas costas.
O mais chocante, segundo testemunhas e conforme destacado na sentença, foi a atitude do assassino após o crime.
Um trecho diz que “após os disparos, Hélio voltou para o bar, pegou uma cerveja e ficou tomando do lado de fora”, demonstrando total indiferença pelo crime que havia acabado de cometer.
A vítima morreu no local e o assassino posteriormente fugiu em uma motocicleta.
Nota 10
Para Fundação Frei João Batista Voguel pela iniciativa de revitalização do calçadão do Colégio São Francisco. Os corredores comemoram.
Nota Zero
Para donos de bares da região do Jundiaí que insistem em manter seus estabelecimentos sem isolamento acústico.