Namorado de estudante de medicina da UniEVANGÉLICA que ostenta riqueza no TikTok ameaça jornalistas do Portal 6
Lucas Miranda, filho dos donos do restaurante Recanto dos Sabores, tem feito ligações na madrugada e mandado mensagens intimidatórias


Os jornalistas do Portal 6 têm sido alvo de ameaças sistemáticas por parte de Lucas Miranda, namorado da estudante de medicina Gabriella Andrade Viegas de Arruda, que teve sua bolsa integral do programa GraduAção revogada após decisão judicial.
O comportamento intimidatório começou depois que a coluna Rápidas trouxe em primeira mão a informação sobre a decisão do juiz Gabriel Lisboa, da Vara da Fazenda Pública Municipal de Anápolis, que descobriu através do TikTok que a jovem ostentava um padrão de vida incompatível com a alegação de pobreza apresentada no processo. A reportagem, publicada no dia 21 de julho, revelou que a estudante e sua família construíram uma narrativa falsa de vulnerabilidade social para manter a bolsa pública.
O magistrado descobriu que a mãe da estudante, além de advogada, é servidora pública estadual com vencimentos de R$ 8.496,10 mensais, valor quase três vezes superior aos três salários mínimos alegados como renda total da família. O pai é sócio da empresa Duetto Imóveis, e o avô, apresentado como idoso pobre, é na verdade sócioadministrador de empresa com capital social de R$ 100 mil. Nas redes sociais, a estudante exibia viagens internacionais para a Europa e um Apple Watch de R$ 3 mil.
Desde a publicação da reportagem, que teve repercussão nacional sendo reproduzida pelos principais veículos do país, Lucas Miranda passou a adotar um padrão sistemático de intimidação contra os jornalistas Samuel Leão, editor da coluna Rápidas, e Danilo Boaventura, diretor geral do Portal 6. As evidências documentadas incluem ligações telefônicas durante a madrugada, realizadas em horários como 23h59, através do número parcialmente identificado como +55 62 98326-54. Mais grave ainda são as mensagens intimidatórias enviadas via WhatsApp.
Em uma delas, registrada às 16h45, Miranda escreveu: “Vc e esse danilo sao uns merdas de jornalistas, vcs so sabem distorcer a verdade e não fazem uma pesquisa ao menos se quer, antes de sair falando merda na internet, mas não se preocupa nao, vcs vão pagar por tudo q estão fazendo, e pode ter certeza que a verdade vai prevalecer, coisa que vcs não postam no portale. Pq se vc tivesse a mínima de decência de pesquisar, vc iria ver o desserviço que vc está fazendo pra sociedade.”
O comportamento intimidatório não se limitou aos canais privados. Em seu perfil no Instagram “lucasmirandap”, o jovem publicou comentários públicos dirigidos aos jornalistas: “Seus arrombados vcs vao ser processados, vcs nao sabem porra nenhuma e ficam postando.” Esta escalada demonstra uma estratégia deliberada de constrangimento e pressão social contra os profissionais da imprensa.
A linguagem utilizada caracteriza claramente o crime de ameaça, tipificado no artigo 147 do Código Penal, que estabelece pena de detenção de um a seis meses ou multa. As circunstâncias agravam a situação, pois as ameaças foram proferidas através de meios eletrônicos e dirigidas a profissionais no exercício de suas funções jornalísticas.
O Portal 6 informa que todas as evidências foram documentadas e serão encaminhadas às autoridades competentes. O comportamento de Miranda configura não apenas ameaça, mas também perseguição e constrangimento ilegal. A Constituição Federal garante expressamente a liberdade de imprensa, e qualquer tentativa de cercear essa liberdade através de intimidação representa ataque direto aos fundamentos democráticos.
É fundamental esclarecer que a reportagem que motivou as ameaças cumpriu rigorosamente sua função de interesse público, expondo uma tentativa de fraude contra o erário. O trabalho jornalístico baseou-se integralmente em documentos oficiais e evidências públicas, seguindo os padrões éticos da profissão. A decisão do juiz de revogar a liminar e acionar o Ministério Público demonstra a relevância e correção da cobertura jornalística.
O Portal 6 reafirma seu compromisso com o jornalismo ético e responsável. As tentativas de intimidação não conseguirão silenciar a imprensa livre nem desviar nossos profissionais de sua missão de servir à sociedade através de um jornalismo sério e comprometido com a democracia. A coluna Rápidas continuará exercendo sua função investigativa, contribuindo para a transparência pública e o controle social sobre o uso de recursos públicos. Ataques à imprensa representam ataques à própria democracia.
Nota da UniEVANGÉLICA
“A Universidade Evangélica de Goiás – UniEVANGÉLICA esclarece que os critérios de seleção e avaliação socioeconômica dos candidatos a bolsas no Programa GraduAção, do município de Anápolis, são de responsabilidade exclusiva do Poder Público, por meio da Lei nº 4.020, de 17 de junho de 2019.
As demais informações solicitadas referentes à estudante e sua vida acadêmica estão resguardadas pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).”