O que fazer com as cracolândias de Anápolis?
Portal 6 conversou com autoridades da Polícia Militar (PM) e da Polícia Civil (PC), além de tentar contato com a Prefeitura para saber a resposta


Moradores de Anápolis estão cada vez mais preocupados com as regiões sensíveis da cidade onde se observa tráfico e consumo de drogas, principalmente no período da noite/madrugada, o que tira a sensação de segurança de se andar por elas.
Agentes da segurança anapolina concordam, quando consideram que o cruzamento da Avenida Goiás e Brasil, região da Rodoviária, bem como a do Jundiaí, nas áreas próximas à Praça Dom Emanoel, foram invadidas por usuários de drogas, alimentados por traficantes.
Mais que se constatar esse “óbvio” negativo, o Portal 6 quis saber deles o que tem sido feito e o que pode se fazer para atacar o problema, que reflete na sensação de segurança da população em geral.
Faz “o seu papel”
Corporação, sem sombra de dúvida, mais exposta à questão, a Polícia Militar (PM) declarou à reportagem que faz o papel de patrulhamento e abordagens. “As pessoas que a gente vê e percebe que está em atitude suspeita, nós abordamos”, destacou o subcomandante do 4º Batalhão da PM, Major Brasil.
Respondendo ao que pode se fazer, o major explica que instituição trabalha atacando as situações de crime, intensificando as rondas nessas regiões sensíveis. “Principalmente da Dom Emanuel, que a gente sabe que tem concentração de moradores de rua, [Também na] Avenida São Francisco, Avenida Santos Dumont”, elencou.
Brasil emendou que o trabalho preventivo pode ser considerado, também. “A prevenção é nesse sentido. Policiamento preventivo, continuar com a ostensividade e operações com abordagens às pessoas e atitudes suspeitas”, definiu.
“Fechando bocas”
Já o delegado Marcos Adorno destacou à reportagem as oito fases da Operação Boca Fechada, do Grupo de Repressão a Narcóticos (Genarc), que tem atacado os pontos de venda de drogas em Anápolis.
“A polícia vem adotando uma postura efetiva de combate ao tráfico de drogas. Essa operação, a finalidade principal dela é a repressão ao tráfico de bocas de fumo”, afirmou o delegado que é titular do Genarc e também tem atuação no Grupo Especializado de Investigações Criminais (Geic).
Ponto sensível das regiões sensíveis
Adorno lembrou das galerias pluviais que estão sob o cruzamento das avenidas Goiás e Brasil, usadas pelos usuários e traficantes para esconder os crimes. “Dois delegados de polícia já adentraram dentro daquela tubulação”, relatou.
O delegado mencionou certa dificultada no episódio, pois pediu o mapeamento hidráulico da área, sendo informado pela Prefeitura que não tinha disponível. Mesmo assim, conseguiram entrar, com a autoridade detalhando o que encontrou.

Ponto já foi incendiado por usuários de drogas (Foto: Reprodução)
“Itens como leite NAN (leite em pó), fraldas e etc. Pessoas que doavam de boa-fé para esses usuários, pensando que realmente estariam ajudando, mas, na verdade, esses elementos pegavam aqueles bens e trocavam em drogas, mas infelizmente sem poder prender, muito por conta da falta desse mapeamento”, exemplificou.
Olhar mais amplo
Com a autoridade da PM mencionando, Marcos Adorno traz o olhar para a questão social do problema. “Eu sou ciente do tráfico de drogas porque é uma pauta que assola não apenas a polícia, mas toda a sociedade”, considerou.
Adorno reivindica união de esforços. “Nós precisamos de somar força junto com a Polícia Militar, Polícia Penal, Polícia Científica, junto com a Prefeitura, por intermédio dos seus órgãos competentes, para dar uma solução mais eficaz nesse problema”, entende.

Delegado Marcos Adorno. (Foto: Samuel Leão)
“Tanto do ponto de vista social, como do ponto de vista repressor por parte da polícia, que seriam eficazes aqui no nosso município”, emendou. Entretanto, há 18 meses atuando nas especializadas na cidade, disse que nunca participou de qualquer reunião nesse sentido.
“No campo de vista político-social, ainda não nos demandaram. Mas eu quero, claro. Estamos abertos a tudo e qualquer tipo de parceria para a gente poder melhorar o ambiente social da nossa cidade”, encerrou.
A reportagem entrou com a Prefeitura de Anápolis questionando sobre as mesmas argumentações às autoridades policiais. Entretanto, não houve resposta. O espaço segue aberto.
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