Polícia de MG prende três suspeitos de roubo de carga de café avaliada em R$ 4 mi
Disparada das cotações do café provocou temor entre os produtores com a perda de parte da produção e a violência no campo


ARTUR BÚRIGO – A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu três suspeitos de roubo de uma carga de 120 toneladas de café em grão, avaliada em R$ 4 milhões, registrado no mês passado em uma fazenda de Várzea da Palma, no norte do estado.
Os mandados de prisão foram cumpridos na semana passada e envolveram pai e filho, de 60 e 35 anos, respectivamente, e um terceiro suspeito, de 35 anos. Os nomes dos detidos não foram divulgados, e a reportagem não conseguiu acesso aos seus advogados.
A corporação afirma que as investigações continuam para identificar os outros envolvidos na ação criminosa, que teria envolvido 15 pessoas.
De acordo com o delegado João Victor Leite, eles invadiram a fazenda no mês passado equipados com fuzis e fizeram oito funcionários reféns, sendo que um deles foi agredido. Durante a ação, a quadrilha também teria usado drones e comunicadores.
“Um dos indivíduos presos é suspeito de prestar apoio e suporte logístico ao grupo criminoso por intermédio da própria empresa de transporte. Provavelmente eles acreditaram que fossem conferir uma aparência de legalidade ao transporte da carga subtraída”, afirmou o delegado em entrevista coletiva nesta terça (29).
Das três carretas utilizadas no crime, a polícia diz ter apreendido uma, com 50 toneladas de café, que foi devolvida para o produtor.
As investigações seguem para apurar o destino do restante da mercadoria e quem seria o comprador. Os policiais não quiseram revelar mais detalhes alegando sigilo.
O delegado Felipe Costa Freitas afirmou que a Justiça aceitou o bloqueio de parte do patrimônio do dono da transportadora, que foi preso.
“Foram bloqueados R$ 1,3 milhão na conta e mais de 40 veículos, dentre caminhões, carretas, caminhonetes de luxo, que poderão ressarcir o prejuízo da vítima”.
O valor total apreendido é de cerca de R$ 8 milhões, e o delegado afirmou que a mesma quadrilha é investigada suspeita de participar de um assalto semelhante na cidade de Campos Altos, no Alto Paranaíba.
“Com esse bloqueio de bens, a Polícia Civil começa a asfixiar financeiramente esses grupos criminosos, tornando não proveitoso mais a prática do crime”, afirmou Freitas.
A disparada das cotações do café provocou um temor entre os produtores com a perda de parte da produção e a violência no campo.
Além de roubos em grandes propriedades, há relatos de furtos em plantações de agricultura familiar, onde os grãos chegam a ser roubados diretamente dos pés.