Semad identifica a origem da espuma que surgiu no Rio Meia Ponte
Presença foi constatada principalmente nos pontos a jusante da ETE, da Saneago

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) identificou a origem da espuma visível no Rio Meia Ponte, em trechos próximos aos bairros Goiânia 2 e ao Setor Jaó, em Goiânia. A investigação apontou a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Hélio Seixo de Brito, operada pela Saneago, como a fonte do fenômeno.
A vistoria da Semad foi realizada no último dia 26 de agosto, motivada por denúncias da população e registros na imprensa local. Durante a fiscalização, técnicos percorreram quatro pontos do rio, coletaram amostras de água e registraram fotos e vídeos, buscando evidências concretas.
Os resultados preliminares da análise revelaram a presença de espuma principalmente nos pontos a jusante da ETE. Preocupante, os níveis de oxigênio dissolvido (OD) ficaram abaixo do mínimo exigido pelo Conama em dois pontos: 3,9 mg/L e 3,6 mg/L, contra o mínimo aceitável de 4 mg/L para rios de Classe 3.
As evidências coletadas pela Semad incluíram registros fotográficos que mostram a formação intensa de espuma no interior da própria ETE, reforçando a relação direta entre o lançamento do efluente e a alteração observada no rio. Essa constatação direcionou as etapas seguintes da investigação.
No dia seguinte à vistoria, em 27 de agosto, o corpo técnico da Semad reuniu-se com a Saneago para apresentar os achados. A companhia confirmou que a espuma estava sendo gerada na estação de tratamento, atribuindo o fenômeno à entrada em operação de um novo sistema secundário de tratamento de esgoto, implantado em julho de 2025.
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Segundo a Saneago, o novo sistema utiliza lodo ativado, um processo biológico que eleva a eficiência do tratamento de esgoto de aproximadamente 50% para até 92% quando totalmente estabilizado. A espuma, explicou a empresa, decorre da ação das bactérias nesse novo reservatório e da presença de surfactantes, substâncias comuns em detergentes e produtos de limpeza.
A companhia enfatizou que não há uso de produtos químicos adicionais no processo, sendo a ativação do lodo feita apenas pela injeção de oxigênio. A Saneago informou ainda que a tendência é de redução da espuma à medida que o sistema se estabilizar.
Diante dos fatos, a Semad determinou a realização de estudos específicos para verificar o cumprimento dos limites do Conama, além de solicitar análises laboratoriais adicionais das amostras coletadas e novas vistorias no Rio Meia Ponte nas próximas semanas para acompanhar a evolução da situação.
“A Semad seguirá acompanhando a situação de perto, com monitoramentos e fiscalizações, garantindo que a operação da ETE esteja em conformidade com os padrões ambientais e assegurando a qualidade da água do Rio Meia Ponte, essencial para a população goiana”, expressou a equipe responsável.