Projeto para o Centro de Anápolis prevê novo camelô e terminal, praças reformadas e prédio com 512 moradias populares
Proposta vencedora do concurso promovido pela Prefeitura dá atenção especial à mobilidade urbana, ambulantes e prédios

Praças reformadas, novo terminal urbano e camelódromo, 1.500 novas vagas de estacionamento, nova ciclovia e 512 apartamentos populares. Esses são apenas alguns dos detalhes do projeto vencedor para o Concurso de Requalificação do Centro de Anápolis.
A proposta definida pela Prefeitura nesta terça-feira (30) é do arquiteto anapolino Pedro Henrique Nadagi. Especialista em Planejamento Urbano, ele viu no edital uma chance de deixar um marco na história da cidade.
O profissional contou ao Portal 6 que, além da clara premiação em dinheiro (com o primeiro lugar, ele levou R$ 250 mil), é motivado também pela própria rotina. “Por morar e trabalhar no Centro, eu estava bem por dentro não só como arquiteto, mas como cidadão mesmo”.
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Pedro Nadagi foi o arquiteto responsável pelo projeto vencedor para requalificação do Centro de Anápolis. (Foto: Acervo pessoal)
Foram três meses de trabalho para que a proposta chegasse ao resultado final – que dá prioridade à mobilidade urbana, aos ambulantes e aos prédios da região, com atenção especial às pessoas.
“Eu acredito que, para o Centro ter vida, é preciso ter gente. Não adianta melhorar o trânsito, melhorar as vias, liberar os ambulantes… se não vai ter gente aqui consumindo o Centro dia e noite”, defende.
Teve influência em Goiânia?
Embora Goiânia, a apenas 60 km de Anápolis, também esteja passando por um momento de ocupação do Centro, Pedro explica que as propostas precisam ser diferentes.
“Fazendo várias pesquisas para inserir na cidade, começamos a enxergar o que dá para ser feito aqui. Porque tem vários conceitos de revitalização em centros de grandes cidades, mas nem todos se encaixam em todas as cidades”.

Avenida Xavier Almeida, em Anápolis, incluiria ciclovia até a Praça das Mães. (Foto: Acervo pessoal)
Goiânia influenciou nos terminais de ônibus e no alongamento das calçadas – adaptando os calçadões, que não poderiam ser implementados aqui.
Habitação social
Além dos espaços, o arquiteto desenvolveu também um prédio com 512 habitações sociais em um local de potencial desapropriação. Pedro conta que o número poderia ser muito maior, por conta do tamanho do terreno, mas a escolha considerou os espaços de convivência.

Habitação social tem 512 apartamentos populares. (Foto: Acervo pessoal)
“Usamos o meio da quadra como um ambiente misto, que é uma área de lazer tanto para a população dos prédios, quanto para os visitantes do Centro. O meio dessa habitação é aberto durante o dia… tem quadra de esporte, pista de skate, playground, academia para a terceira idade e até uma passarela, que é um mirante”.
Em frente ao prédio, o projeto inclui uma galeria comercial, com 14 lojas e estacionamento no subterrâneo. Estacionamento, inclusive, foi outro ponto abordado. O edital pedia 1.500 novas vagas no setor.
“Além de termos atendido esse número, criamos outras diretrizes que não influenciam o uso do automóvel até o Centro da cidade, porque sabemos que o Centro, hoje, é bastante denso”, compartilha Pedro.
Ele continua: “as áreas que foram concebidas são suficientes para criar estacionamento, mas não dá para criar e manter o preço muito alto, porque isso também desmotiva quem quer ir”.

Habitação social teria espaço aberto no centro. (Foto: Acervo pessoal)
“Então valorizamos o transporte público, as estações de bicicletas com a parceria público-privada, e também um ônibus circular”, detalha. O último item da lista se refere a um transporte coletivo que “daria a volta” pelo setor, parando em diferentes pontos do bairro.
Novo terminal
Quanto ao terminal urbano, o projeto de revitalização se inspira na capital goiana para propor corredores, que proporcionariam fluxo mais rápido para os passageiros.
Os boxes seriam substituídos por plataformas inteiras, divididas em zonas de acordo com o destino de cada linha. Isso também daria mais espaço para a instalação de comércios.

Terminal Urbano recebe corredores. (Foto: Acervo pessoal)
E quanto às praças?
Pedro explica que o perímetro de intervenção abrange três praças. Para a Bom Jesus, a proposta é apenas mudar os quiosques, já que o prédio do antigo Fórum e a fonte já são patrimônios tombados.
Para a Americano do Brasil (conhecida por Praça do Avião), o objetivo é redesenhar o espaço para aumentar o edifício da Biblioteca Municipal Zeca Batista.

Praça das Mães seria desenhada. (Foto: Acervo pessoal)
O Mirage seria deslocado em alguns metros, para criar um núcleo de arte e centros de vivência. “Para oferecer mais cursos e teatro aos moradores”.
Já para a Praça das Mães, a proposta inclui uma ciclovia. “Seguindo pela Xavier de Almeida, até chegar na Praça das Mães”. “Ali implementamos um ponto de apoio aos motoristas de aplicativo, com sanitário, mesa, água e estacionamento para as motos”.

Ponto de apoio incluiria água, mesa e estacionamento para motos. (Foto: Acervo pessoal)
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