Os gatos e o direito ao cuidado
Defender os gatos é defender um tipo de amor que não grita, mas que transforma
 
                  Os gatos têm um jeito próprio de existir, e talvez seja por isso que tanta gente os admira. Mas por trás dessa imagem independente e misteriosa, existe uma verdade que poucos enxergam: os gatos também precisam de cuidado, de proteção e de políticas públicas que reconheçam seu direito à vida digna.
Em Anápolis, assim como em tantas outras cidades do país, o número de gatos em situação de rua cresce de forma preocupante. São animais que, muitas vezes, nasceram em terrenos baldios, foram abandonados ainda filhotes ou simplesmente deixaram de ser “convenientes” dentro de um lar. Eles vivem escondidos, se alimentam do que encontram e enfrentam doenças, fome e maus-tratos, silenciosamente.
A crença de que “o gato se vira sozinho” ainda é uma das maiores causas de sofrimento felino. Essa ideia é injusta e perigosa. Nenhum animal deveria depender da sorte para sobreviver. A independência dos gatos é, na verdade, uma forma de resistência, e não um sinal de que não precisam de nós.
Por isso, quando falamos em política pública para a causa animal, não estamos falando apenas de leis. Estamos falando de empatia e de gestão com responsabilidade. A castração, a vacinação, o acolhimento e as campanhas educativas não são medidas secundárias: são instrumentos de compaixão institucional, capazes de mudar realidades. Quando o poder público atua em parceria com a sociedade civil, protetores e clínicas veterinárias, o impacto vai muito além dos animais, reflete em saúde pública, em equilíbrio ambiental e em uma cidade mais humana.
Defender os gatos é defender um tipo de amor que não grita, mas que transforma.
Porque quando uma cidade aprende a proteger até os seres mais discretos, ela prova que está pronta para proteger todos.
 
                                                     
                             
                  
 
              
 
                
 
              

