País se torna o primeiro do mundo a doar alimentos não vendidos para pessoas em situação de necessidade

Lei francesa transforma desperdício em solidariedade e inspira o mundo

Magno Oliver Magno Oliver -
6 mudanças simples na alimentação que não pesam no bolso e transformam seu corpo
(Foto: Reprodução/Agência Brasil)

Durante séculos, a fartura sempre caminhou ao lado do desperdício. Desde os banquetes medievais, quando mesas se curvavam sob o peso da comida e sobras iam para o lixo, até os dias atuais, o hábito de descartar o que ainda serve nunca deixou de ser parte da rotina humana.

Mas, no coração da Europa, um país resolveu mudar essa história — literalmente pela lei.

A França se tornou a primeira nação do mundo a proibir supermercados de jogarem fora alimentos que ainda estão próprios para o consumo.

A legislação, aprovada em 2016, marcou um ponto de virada no combate ao desperdício e no incentivo à solidariedade.

De acordo com o portal France24, a regra vale para estabelecimentos com mais de 400 metros quadrados, que agora são obrigados a firmar parcerias com organizações de caridade para doar produtos que não foram vendidos, mas continuam seguros para comer.

País se torna o primeiro do mundo a doar alimentos não vendidos para pessoas em situação de necessidade

Antes da medida, toneladas de frutas, pães, carnes e laticínios eram destruídas diariamente, mesmo em perfeitas condições.

Agora, conforme destacou o jornal Le Monde, as redes precisam armazenar corretamente esses alimentos e garantir que cheguem às instituições parceiras — uma logística que virou símbolo de responsabilidade social e ambiental.

A lei prevê ainda punições severas para quem descumprir as regras. Segundo o site Euronews, supermercados que desperdiçarem alimentos intencionalmente podem receber multas pesadas, o que levou o setor a adotar práticas mais sustentáveis e colaborativas.

O impacto foi imediato. Dados divulgados pelo Ministério da Agricultura francês mostram que milhões de refeições passaram a ser redirecionadas a pessoas em situação de vulnerabilidade, ampliando o alcance das organizações de ajuda humanitária e reduzindo o volume de lixo orgânico.

O sucesso da iniciativa inspirou outros países da Europa, como a Itália e a Bélgica, a criarem programas semelhantes.

Para especialistas ouvidos pelo The Guardian, a lei francesa provou que é possível unir economia, empatia e eficiência — e que combater o desperdício pode, sim, ser uma política pública de alto impacto.

Em tempos de abundância desigual, a França mostra que solidariedade também pode ser questão de política — e que, às vezes, a revolução começa na prateleira do supermercado.

Siga o Portal 6 no Instagram: @portal6noticias e fique por dentro de todas as notícias e curiosidades!

Magno Oliver

Magno Oliver

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Escreve para o Portal 6 desde julho de 2023.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

Publicidade