País se torna o primeiro do mundo a doar alimentos não vendidos para pessoas em situação de necessidade
Lei francesa transforma desperdício em solidariedade e inspira o mundo
Durante séculos, a fartura sempre caminhou ao lado do desperdício. Desde os banquetes medievais, quando mesas se curvavam sob o peso da comida e sobras iam para o lixo, até os dias atuais, o hábito de descartar o que ainda serve nunca deixou de ser parte da rotina humana.
Mas, no coração da Europa, um país resolveu mudar essa história — literalmente pela lei.
A França se tornou a primeira nação do mundo a proibir supermercados de jogarem fora alimentos que ainda estão próprios para o consumo.
A legislação, aprovada em 2016, marcou um ponto de virada no combate ao desperdício e no incentivo à solidariedade.
De acordo com o portal France24, a regra vale para estabelecimentos com mais de 400 metros quadrados, que agora são obrigados a firmar parcerias com organizações de caridade para doar produtos que não foram vendidos, mas continuam seguros para comer.
País se torna o primeiro do mundo a doar alimentos não vendidos para pessoas em situação de necessidade
Antes da medida, toneladas de frutas, pães, carnes e laticínios eram destruídas diariamente, mesmo em perfeitas condições.
Agora, conforme destacou o jornal Le Monde, as redes precisam armazenar corretamente esses alimentos e garantir que cheguem às instituições parceiras — uma logística que virou símbolo de responsabilidade social e ambiental.
A lei prevê ainda punições severas para quem descumprir as regras. Segundo o site Euronews, supermercados que desperdiçarem alimentos intencionalmente podem receber multas pesadas, o que levou o setor a adotar práticas mais sustentáveis e colaborativas.
O impacto foi imediato. Dados divulgados pelo Ministério da Agricultura francês mostram que milhões de refeições passaram a ser redirecionadas a pessoas em situação de vulnerabilidade, ampliando o alcance das organizações de ajuda humanitária e reduzindo o volume de lixo orgânico.
O sucesso da iniciativa inspirou outros países da Europa, como a Itália e a Bélgica, a criarem programas semelhantes.
Para especialistas ouvidos pelo The Guardian, a lei francesa provou que é possível unir economia, empatia e eficiência — e que combater o desperdício pode, sim, ser uma política pública de alto impacto.
Em tempos de abundância desigual, a França mostra que solidariedade também pode ser questão de política — e que, às vezes, a revolução começa na prateleira do supermercado.
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