Apartamentos luxuosos, fazendas milionárias, contas bancárias recheadas: bens de quem morre sem herdeiros vão para o Governo Federal e Prefeituras

Levantamento mostra como imóveis, terrenos e até valores esquecidos acabam incorporados ao patrimônio público em várias regiões do país

Gabriel Yuri Souto Gabriel Yuri Souto -
Bens confiscados de uma pessoa morta
(Foto: Reprodução/ Unsplash)

Nem todo mundo sabe, mas quando uma pessoa morre sem deixar filhos, cônjuge ou parentes próximos, os bens não ficam abandonados.

No Brasil, existe uma regra clara sobre o destino desses patrimônios. E essa regra já levou para o governo federal e para várias prefeituras imóveis de alto padrão, fazendas inteiras e quantias significativas esquecidas em contas bancárias.

Esse processo chama atenção pela variedade de bens deixados sem herdeiros. São apartamentos em áreas valorizadas, lotes comerciais, casas antigas, depósitos bancários e até propriedades avaliadas em milhões de reais.

Em muitos casos, os órgãos públicos só ficam sabendo da existência desses bens quando um inventário é aberto por terceiros.

Como funciona quando alguém morre sem herdeiros

O Código Civil determina que, na falta de descendentes, ascendentes ou cônjuge, todo o patrimônio deve ser transferido ao poder público.

O destino dos bens depende da localização. Se estiverem em áreas urbanas, geralmente passam para as prefeituras. Se estiverem em zonas rurais ou federais, ficam com a União.

Segundo o levantamento citado no documento analisado, ao menos 170 imóveis pertencentes a pessoas sem herdeiros foram incorporados ao patrimônio público em 14 estados brasileiros nos últimos anos.

Bens valiosos que mudam de dono

O inventário de pessoas sem família pode revelar verdadeiras fortunas. Há registros de apartamentos em zonas nobres, casas à beira-mar, fazendas produtivas e até propriedades rurais avaliadas em valores milionários.

Em uma das situações mencionadas no material, imóveis avaliados em R$ 17 milhões passaram ao controle público após o processo judicial.

Há também casos de contas bancárias que ficaram anos sem movimentação até serem transferidas ao governo.

O que acontece depois que o bem é incorporado

Depois que os bens são transferidos, cabe ao poder público decidir o destino de cada item.

Alguns imóveis são utilizados para serviços municipais, outros são vendidos em leilões, e parte pode ser destinada a programas sociais.

O objetivo é garantir que o patrimônio não fique abandonado e possa cumprir alguma função pública.

Quando os valores são em dinheiro, eles são incorporados ao Tesouro. Todo o processo leva tempo, porque depende de inventário, avaliação judicial e análise documental.

Um fenômeno que tende a aumentar

Especialistas apontam que o número de pessoas morando sozinhas cresce no Brasil, o que deve aumentar também a quantidade de heranças sem beneficiários diretos.

Os inventários abertos por falta de herdeiros já são mais frequentes do que há duas décadas e exigem atuação constante do Ministério Público e do Judiciário.

A discussão reacende um tema pouco falado: o destino de patrimônios deixados por pessoas que viveram praticamente isoladas, sem família próxima ou sucessores legais.

Siga o Portal 6 no Google News fique por dentro de tudo!

Gabriel Yuri Souto

Gabriel Yuri Souto

Redator e gestor de tráfego. Especialista em SEO.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

Publicidade

+ Notícias