Cidade europeia abandonada é tomada pela floresta e ainda guarda fotos e objetos deixados pelos antigos moradores
Entre ruínas cobertas por vegetação, uma antiga cidade soviética se transformou em cenário de silêncio, lembranças e mistério

Por fora, parece apenas mais uma vila esquecida pelo tempo. Por dentro, é como se os moradores tivessem acabado de sair — deixando retratos nas paredes, brinquedos nos quartos e pratos sobre a mesa.
Essa é Akarmara, uma pequena cidade no norte da Geórgia que há mais de 30 anos vive tomada pela floresta.
A cada nova estação, as árvores crescem um pouco mais sobre os prédios abandonados, cobrindo ruas, janelas e varandas onde antes havia vida e movimento.
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Hoje, o que restou é um lugar em que a natureza venceu o concreto, mas os traços humanos continuam lá — nas fotografias desbotadas, nas roupas esquecidas e na mobília que ainda resiste à passagem do tempo.
Uma cidade que já foi símbolo de prosperidade
Nos anos 30, o governo soviético construiu os primeiros edifícios para abrigar trabalhadores das minas de carvão. Com o passar das décadas, Akarmara cresceu, ganhou escolas, hospitais, hotéis e até uma estação ferroviária. Era uma das regiões mais prósperas da Geórgia.
Além da mineração, a cidade ficou conhecida pelas fontes termais e banhos de radão, muito procurados por quem buscava tratamentos naturais.
Tudo parecia promissor até o início dos anos 1990, quando a guerra chegou e transformou Akarmara em uma cidade fantasma.
Da guerra ao abandono
Com o fim da União Soviética, a independência da Geórgia gerou conflito na região da Abecásia. Bombardeios e disputas armadas obrigaram milhares de pessoas a fugir.
As poucas famílias que resistiram acabaram partindo nos anos seguintes. Casas, escolas e fábricas ficaram exatamente como estavam — repletas de memórias interrompidas.
A floresta tomou o que sobrou
Sem manutenção e sem moradores, a natureza fez o que faz de melhor: retomou o espaço. Árvores cresceram dentro dos apartamentos, raízes romperam paredes e o som da floresta substituiu o barulho das máquinas.
Hoje, Akarmara é destino de curiosos, fotógrafos e exploradores urbanos. Lá, o tempo parece ter parado — e cada objeto esquecido ajuda a contar a história de quem um dia chamou aquele lugar de lar.
Disputa e mistério
A região segue envolvida em conflito político. A maioria dos países reconhece a Abecásia como parte da Geórgia, mas a Rússia a trata como independente desde 2008. Por causa disso, visitas não são recomendadas, embora continuem atraindo aventureiros e estudiosos.
Contudo, Akarmara segue ali, silenciosa, tomada pela floresta e cercada de lembranças. Uma cidade que mostra, com força e beleza triste, como a natureza sempre encontra um jeito de recomeçar.
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