Entenda por que a expressão “Fugiu do CAPS?” é prejudicial e reforça estigmas

Ao contrário do imaginário popular, os Centros de Atenção Psicossocial são abertos à comunidade e acolhem pessoas em sofrimento mental grave

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Entenda por que a expressão “Fugiu do CAPS?” é prejudicial e reforça estigmas
Psicólogo e jornalista Bruno Ferreira. (Foto: Reprodução/Instagram)

Quem nunca escutou a tradicional e famosa frase: “Fugiu do Caps?”. Embora seja comumente utilizada, a expressão pode reforçar um estigma social forte, ainda presente em boa parte da população brasileira.

Conforme explica o psicólogo e jornalista Bruno Ferreira, a declaração é uma frase capacitista e, ao reproduzi-la, é destacado um preconceito já existente.

De acordo com o profissional, ao contrário do imaginário popular, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) são destinados ao atendimento de pessoas com sofrimento mental grave, incluindo aquelas que enfrentam situações relacionadas ao uso prejudicial de álcool e outras drogas.

“O CAPS é justamente o coração do cuidado em saúde mental no Brasil. Ele faz parte do modelo criado pela Lei 10.216, a famosa Lei da Reforma Psiquiátrica. Essa lei garante direitos, prioriza o tratamento em liberdade e incentiva a convivência e a integração social”, explica.

O que antes era dominado por práticas de isolamento e internações em manicômios, hoje – com o Caps – dão lugar a uma proposta mais humanizada, liberal e, principalmente, acolhedora.

“Na verdade, o foco é só um: cuidar das pessoas, e não afastá-las do mundo. Então vamos esclarecer uma coisa? Ninguém ‘foge’ do CAPS, até porque ele não existe para manter ninguém preso. O objetivo é exatamente o contrário: acolher, apoiar e promover a reabilitação psicossocial, garantindo cidadania e evitando internações longas e desnecessárias”, destaca.

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Gabriella Pinheiro

Gabriella Pinheiro

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, está sempre atenta aos temas que impactam o dia a dia da população. Começou como estagiária no Portal 6 e, com dedicação e olhar apurado, chegou à editoria. Tem interesse especial na prestação de serviços, mas não dispensa uma boa reportagem ou uma história bem contada.

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