Com megafazendas marinhas, China lidera mais de 60% da produção mundial de mexilhões com 800 mil toneladas por ano e expande a indústria de proteína
O país transformou áreas costeiras em polos gigantes de criação de frutos do mar

A produção mundial de mexilhões mudou radicalmente nas últimas décadas e a China se tornou a principal responsável por esse avanço.
Com técnicas industriais, larga escala e investimento pesado em infraestrutura oceânica, o país produz hoje mais de 800 mil toneladas por ano, o que representa mais de 60% de toda a produção global.
Essa expansão não aconteceu de forma isolada: ela faz parte de uma estratégia nacional para aumentar a oferta de proteínas alternativas, reduzir custos e atender um mercado interno cada vez mais exigente.
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O impulso veio da criação de megafazendas marinhas, áreas costeiras projetadas para cultivar mexilhões e outros moluscos em estruturas suspensas, redes profundas e plataformas flutuantes.
Essa abordagem permite usar grandes extensões de mar como unidades de produção, aumentando a escala e garantindo maior estabilidade no abastecimento.
O sistema atrai atenção internacional porque combina tecnologia, produtividade e impacto ambiental reduzido quando comparado à criação de animais terrestres.
Como as megafazendas marinhas transformaram a costa chinesa em polos de proteína de baixo impacto
As megafazendas marinhas funcionam como verdadeiros parques industriais instalados no oceano. Em vez de limitar a criação a pequenas áreas costeiras, a China passou a utilizar quilômetros de linhas, cordas, boias e estruturas verticais onde os mexilhões crescem naturalmente, filtrando água e absorvendo nutrientes disponíveis no ambiente marinho.
Essa adaptação permite que a produção aconteça de forma contínua, com colheitas frequentes e alta previsibilidade de volume.
Esse modelo também traz vantagens ambientais. Como os mexilhões se alimentam filtrando micro-organismos presentes na água, não é necessário adicionar ração, hormônios ou insumos artificiais.
Isso reduz significativamente o impacto ecológico em comparação a outras formas de produção de proteína animal. Dessa forma, a China consegue aliar escala e sustentabilidade, fatores que tornam o setor ainda mais atrativo.
Por que a China domina a produção mundial e mantém vantagem sobre concorrentes
O domínio chinês se explica pela combinação de tecnologia, extensão territorial e política pública. O governo incentiva investimentos em aquicultura, modernização de equipamentos e criação de plataformas flutuantes capazes de suportar tempestades e correntes fortes. Esses aportes garantem que a produção cresça ano após ano, tornando o país referência global no setor.
Outro aspecto decisivo é o consumo interno. A China tem uma das maiores demandas do mundo por frutos do mar, o que estimula a produção contínua e evita flutuações bruscas no mercado. Como os mexilhões são ricos em proteína e têm custo de produção baixo, acabam se tornando uma fonte estratégica de alimento. Esse consumo elevado fortalece ainda mais a posição do país no cenário global.
Como a expansão das fazendas oceânicas abre caminho para novas formas de produção de proteína
A experiência chinesa vem influenciando outros países que buscam ampliar sua produção de proteína de forma sustentável. As megafazendas marinhas mostraram que é possível ocupar áreas oceânicas para alimentos sem destruir ecossistemas ou comprometer a biodiversidade. Isso impulsionou pesquisas em tecnologias de monitoramento remoto, análise de qualidade da água e cultivo combinado de diferentes espécies.
Além dos mexilhões, a China já investe em ostras, algas e peixes criados em sistemas integrados. Essa diversificação fortalece toda a cadeia produtiva e cria oportunidades para exportação, empregos e inovação. A tendência é que a indústria global de aquicultura siga caminhos semelhantes nos próximos anos, usando a experiência chinesa como modelo de referência.
O impacto econômico de uma indústria em pleno crescimento
A produção de mexilhões movimenta milhares de trabalhadores nas regiões costeiras chinesas e gera renda para comunidades inteiras que dependem da pesca e da aquicultura.
A industrialização do setor reduziu a sazonalidade, aumentou a estabilidade do mercado e elevou a competitividade global do país. Como a demanda mundial por frutos do mar cresce ano após ano, os especialistas veem nas megafazendas marinhas uma peça-chave para suprir alimentos de forma mais sustentável e acessível.
Esse movimento também influencia o preço global do produto, já que o volume chinês impacta diretamente a oferta internacional.
À medida que a produção aumenta, a China consolida seu papel no cenário de proteína marinha, moldando tendências e ditando ritmo para países que também buscam aproveitar o potencial econômico da aquicultura.
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