A fascinante cidade fantasma da Itália congelada no tempo
Abandonada no início do século XX por causa de deslizamentos de terra, Roscigno Vecchia permanece vazia e preservada até hoje

No sul da Itália, escondida entre colinas da região da Campânia, existe uma cidade onde o tempo simplesmente parou. Roscigno Vecchia é considerada uma das cidades fantasmas mais preservadas do país e chama atenção por um detalhe incomum: ninguém vive ali desde o início dos anos 1900, e quase nada foi alterado desde então.
O abandono não foi resultado de guerra, crise econômica ou epidemias. O motivo foi mais silencioso — e inevitável. A região começou a sofrer movimentos constantes do solo, com deslizamentos, rachaduras nas construções e instabilidade crescente. A cada ano, o risco aumentava, tornando impossível garantir a segurança dos moradores.
Diante da ameaça permanente, famílias inteiras foram obrigadas a deixar suas casas. Não houve escolha. O governo italiano determinou a evacuação gradual do vilarejo, e os habitantes foram transferidos para um novo núcleo urbano construído a poucos quilômetros dali, conhecido hoje como Roscigno Nuova.
A mudança marcou o fim de uma comunidade inteira. Casas que antes abrigavam gerações ficaram vazias da noite para o dia. Rotinas, festas, encontros e histórias foram interrompidos sem despedidas formais. Com o passar do tempo, todos que testemunharam aquele êxodo morreram, levando consigo as memórias vivas do que realmente aconteceu nos últimos dias da antiga cidade.
Diferente de outras cidades abandonadas da Itália, Roscigno Vecchia nunca foi transformada em atração turística estruturada, nem entrou em programas de venda simbólica de imóveis, como as famosas casas por 1 euro. Não há novos projetos, nem moradores ocasionais. O local permanece exatamente como foi deixado.
As ruas ainda estão delineadas, portas continuam de pé, fachadas mantêm suas marcas originais e o silêncio domina o ambiente. É um espaço que não foi reciclado pelo turismo, pelo mercado imobiliário ou pela modernização — apenas preservado pelo esquecimento.
Hoje, Roscigno Vecchia é vista como um registro físico da memória coletiva, um lugar onde o passado não foi reconstruído nem romantizado. Uma cidade inteira que ficou suspensa no tempo, guardando, em suas paredes vazias, histórias que jamais poderão ser contadas por quem as viveu.
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