Superando a nós mesmos, eis o verdadeiro prêmio!

Carlos Henrique Carlos Henrique -
Superando a nós mesmos, eis o verdadeiro prêmio!

Tantas são as lições com que a vida nos surpreende, algumas se tornam histórias de vida incríveis de superação e testemunho daqueles que se dispõe a aprender e crescer, sendo para muitos inspiração; mas tantos outros não absorvem a riqueza do aprendizado e repetem continuamente os mesmos erros, não aceitando a correção, não se sujeitando ao espelho que a alma coloca diante de nós para nos enxergarmos, colocando-nos cara a cara com nosso verdadeiro eu espremendo-o para fora, causado pela força das contingências ao redor, e na negação da mudança vão se monstrificando ao ponto de seu ser se desfigurar. Não à toa nos deparamos com pessoas já na velhice ainda imaturos, sem nenhuma sensibilidade para a vida, sem nenhuma resposta ou lição concluída, mas apenas rancores e dissabores acumulados pelos anos e anos de insistentes nãos como resposta para o amadurecimento de seu ser.

Ninguém acorda desejando que alguma surpresa desagradável venha a seu encontro, mas a vida sabe exatamente do que precisamos naquele momento para que não sejamos mais passíveis e indiferentes com nossa própria existência; algo sempre vai nos impulsionar a sair da zona de conforto e da resistência ao crescimento. A vida é um trajeto que sempre irá propor a superação de si mesmo, esmagando nossos achismos para compreendermos adequadamente a noção dos conceitos de vida no chão da existência

Nosso caminho existencial não é um conjunto de discursos no qual aquele que fizer a melhor oratória ganhará o prêmio, mas sempre nos levará à prática daquilo que discursamos para desenvolvermos uma fiel expressão em nosso viver, um constante amadurecimento que nos torna maleáveis, verdadeiros, sinceros e leves. Todo peso deverá ser deixado para trás para que seja possível o crescimento. Tudo que é peso (orgulho, prepotência, soberba, inveja, maledicência, murmuração, dissimulação, mentira, discórdia, avareza, aparência de piedade) altera a postura de nossa “coluna” para a vida, pois vai encurvando e sujeitando-nos à submissão de nosso egoísmo e assim sendo, deliberadamente contribuindo para com o mal a despeito do bem que quer nos ensinar através das eventuais provas existenciais. Devemos extirpar de nossos corações toda perversidade, pois não somente isso, mas todos os seus gêmeos acompanhados da maldade fazem eclodir em nosso ser esse câncer que vai criando metástases e nos tornando cada vez piorados e amargurados em nosso caminhar.
Quem não gosta de admirar as surpresas boas que a vida vai nos presenteando? A questão é que aquilo que interpretamos como mal poderá nos fazer um bem imenso em nossa alma e acrescentando princípios e conceitos maravilhosos e intransferíveis. Estamos experimentando a delícia que é viver, mas com todas as implicações e ambigüidades – e o suposto “mal” que nos acomete pode nos revelar problemas muito mais graves em nós, que se não fossem deflagrados seriam fatais – não acredito que alguém almeje ser um raquítico pra vida, mas se nossa resposta for sempre negativa ao aprendizado será essa nossa única formação.

Não podemos corresponder com indiferença e maldade às correções, quem age assim é perverso – a pequena centelha do amor e humildade deve ser mantida em nosso ser – pois nesse mundo nós não precisamos nos empenhar muito em encontrar o mal, pois ele nos acha! Toda provação que nos oferece a oportunidade de desenvolver um caminhar íntegro, antes de tudo é algo que se refere a nós mesmos. Não existem vítimas do destino, a sua resposta quanto a superar-se ou não, definirá seu caráter.

Apenas pessoas maquiavélicas gostam de fazer os outros sofrerem irresponsavelmente, sabendo que há um curso e um processo a ser por ele superado. E quando tal pessoa ignora isso, sendo orgulhoso e prepotente pra vida, transfere suas frustrações e sua indisponibilidade de aprender aos outros, agindo com maldade e arrogância.

Os humildes, esses sim, agradecem a disciplina da vida, pois sabem que bastardos não têm esse privilégio, mas somente os filhos são disciplinados, e de fato a vida faz isto para o aproveitamento e aprovação, transformando – o em um vencedor, sendo espelho como exemplo de superação, amadurecimento e singeleza para vida. Com a conscientização a respeito de nós mesmos vem a verdade, e a humildade nos torna capazes de aprender com coração aberto, nos dando de presente a maravilha que é ser livre da presunção de nós mesmos.

Deniza L. Zucchetti é escritora nas horas vagas e mãe em período integral. Escreve todas as segundas-feiras. Excepcionalmente hoje terça-feira

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