Incêndio atinge depósito da Cinemateca Brasileira na zona oeste de São Paulo
O prédio não é a sede principal da Cinemateca, que fica na zona sul da capital paulista, mas o depósito atingido pelas chamas também abriga parte de seu acervo
Um incêndio atinge um depósito da Cinemateca Brasileira, na zona oeste de São Paulo, na noite desta quinta-feira (29). De acordo com o Corpo de Bombeiros, 11 viaturas foram enviadas à rua Othão, número 290, na Vila Leopoldina, onde o imóvel está localizado. Não há informações de vítimas.
O prédio em questão não é a sede principal da Cinemateca, que fica na Vila Clementino, na zona sul da capital paulista. Mas o depósito atingido pelas chamas também abriga parte de seu acervo, como filmes de 35 mm e 16 mm, feitos de material altamente inflamável. Eles seriam cópias para exibição, não os rolos originais, que ficam em outro local.
Além deles, também ficam guardados ali o acervo da Programadora Brasil -iniciativa do antigo Ministério da Cultura para exibição de conteúdo em circuitos não comerciais-, documentos e equipamentos museológicos, como projetores antigos.
Ainda não há informações sobre quais áreas do imóvel foram atingidas. De acordo com ex-funcionários da Cinemateca, o incêndio teria começado com um curto-circuito do ar condicionado.
Principal instituição de preservação do audiovisual brasileiro, a Cinemateca está no meio de um imbróglio envolvendo o governo federal que se arrasta há anos e que se agravou nos últimos meses.
O contrato que o governo tinha com a Acerp, a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto, para administrar do local se encerrou em 2019 e, depois disso, funcionários foram demitidos e contas ficaram em atraso -incluindo aí as de prestadoras de serviços de segurança e de manutenção do imóvel.
Em julho do ano passado, o Ministério Público Federal ajuizou uma ação civil contra a União devido aos impasses em torno da gestão da Cinemateca. O MPF pedia, em caráter de urgência, a renovação de contrato com a Acerp até o fim de 2020.
Em janeiro deste ano, o governo federal escolheu a Sociedade Amigos da Cinemateca para assumir a gestão em caráter emergencial. Em maio, a Justiça Federal deu um prazo para que as autoridades provassem que estão trabalhando para garantir a preservação do acervo.