O acaso não vai me proteger, enquanto eu andar distraído
Há 18 anos sofri uma fratura exposta dos ossos na perna durante um jogo de futebol. Com uma dor indescritível e com a perna deformada, fui encaminhado ao hospital.
Eu, cursando o segundo ano de medicina, naquele momento me tornei paciente. Após nove meses, me recuperei e por causa desse episódio escolhi a minha especialidade médica: Ortopedia/Traumatologia.
Exemplificando com essa dolorosa experiência pessoal, que me deu a felicidade de definir minha especialidade, quero falar sobre o acaso.
Ao contrário do que a banda Titãs interpreta, o acaso não nos protege enquanto andamos distraídos. Podemos ser inteligentes, ricos, sábios, fortes, velozes, poderosos, mas o tempo e o acaso virá e afetará a todos nós, como diz Salomão na Bíblia.
O acaso é aquilo que foge ao nosso domínio e controle. Vai além de nossas forças. Traz insegurança e pode nos arrebentar. Pode ser uma doença, uma pandemia, um ferimento no coração, um desemprego. Pode ser também um político que assume o cargo de prefeito após a morte do titular, como em São Paulo e Goiânia.
Enfim, podemos planejar, especializar, trabalhar pela nossa cidade, ser um vereador atuante no serviço à população, mas “fraturas” virão.
Nesse momento de acasos, em quem você confiará? Na sua grana? Na sua capacidade? Em políticos? Na sua fé e crença em Deus?
Escolhi a última opção.
José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo PSB. Escreve todas às sextas-feiras. Siga-o no Instagram.
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