Morre professor surdo que foi espancado durante assalto em Goiânia

Luiz Pereira foi encontrado dias após ocorrido e passou quase 2 semanas internado

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Morre professor surdo que foi espancado durante assalto em Goiânia
Luiz Pereira atuava como professor de libras na rede municipal de Aparecida de Goiânia (Foto: Reprodução/Câmara Municipal de Goiânia)

O professor de libras Luiz Pereira de França Júnior, de 54 anos, faleceu nesta segunda-feira (18) após ter sido brutalmente espancado em um assalto em Goiânia. A família acredita que o crime tenha sido motivado por preconceito.

A notícia da morte foi confirmada pelo Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (HUGO), onde o professor estava internado há 14 dias com trauma cranioencefálico grave.

Nesta segunda-feira (18), o docente sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu, segundo a unidade de saúde. O Grupo de Repressão ao Latrocínio, da Polícia Civil (PC), investiga o caso.

Em tempo

Segundo o sobrinho da vítima, Luiz Pereira de França Neto, o tio havia saído para um almoço da Associação dos Surdos de Goiânia, no dia 03 de dezembro, e não compareceu ao trabalho no dia seguinte.

Perante a ausência nos dias 04 e 05, a família foi notificada pela escola, em Aparecida de Goiânia. Preocupados, os parentes registraram um boletim de ocorrência para iniciar as buscas.

Uma vez instaurada a investigação, foram encontradas imagens de segurança que registraram o professor em frente a uma distribuidora, na madrugada do dia 04 de dezembro.

Três horas depois, ele foi encontrado machucado e desacordado na rua e encaminhado ao Hugo por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

O sobrinho destaca que a família só conseguiu saber da localização da vítima no dia 05, já que ele teve a carteira, com os documentos de identificação, roubada.

Foi a segunda vez que o professor sofreu agressão. Há 10 anos, Luiz havia sido vítima de pauladas, que resultaram em traumatismo craniano. Desde então, sofria com as sequelas. Segundo a família, o ataque foi motivado por preconceito.

Luiz Pereira nasceu com uma condição que o deixou surdo e atuava como professor de libras na rede municipal de Aparecida. Além disso, contribuiu em diversas outras instituições, como o Instituto Federal de Goiás (IFG)

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