Entenda por que cidade goiana é conhecida como a grega “Atenas”

Local ainda é famoso por possuir atrações imperdíveis para aqueles que desejam fazer turismo em meio à natureza

Davi Galvão Davi Galvão -
Entenda por que cidade goiana é conhecida como a grega “Atenas”
Paróquia Nosso Senhor do Bonfim, em Silvânia, remete à origem do povoado. (Foto: Divulgação)

Muitos e muitos quilômetros de distância da Grécia, não impedem que Goiás, no Centro-Oeste brasileiro, tenha a própria “Atenas”, com riquezas culturais e intelectuais tão reverenciáveis quanto.

Localizado a 85 km de Goiânia, o município de Silvânia conta com uma história única e que data, desde meados de 1774, quando, com a descoberta das jazidas de ouro, um pequeno povoado foi estruturado, batizado de Nosso Senhor do Bonfim, em homenagem a uma imagem sacra trazida por migrantes baianos.

O título de “Atenas de Goiás”, em alusão à cidade grega dedicada à deusa da sabedoria, foi adquirido em meio a um contexto de constante expansão do povoado, graças a chegada de uma estação da célebre Estrada de Ferro, mas principalmente por conta do Ginásio Anchieta, inaugurado em 1926, e do Instituto Auxiliadora, em 1937.

Ginásio Anchieta foi tombado como Patrimônio Cultural de Silvânia em 2023. (Foto: Divulgação)

Um dos principais impulsionadores do progresso da vila foi Dom Emanuel Gomes de Oliveira, o primeiro arcebispo de Goiás. Apaixonado pelo conhecimento e defensor da educação, o religioso escolheu Silvânia como seu lar permanente no início da década de 1930, encantado pelo clima e pela paisagem local.

Alguns estudiosos sugerem até mesmo que o religioso chegou a defender a ideia de que Bonfim se tornasse a capital do estado, em substituição à Cidade de Goiás. No entanto, o projeto de uma nova capital resultou na fundação de Goiânia, em 1933.

Foi somente em 1943 que Bonfim adotou oficialmente de Silvânia, em virtude da família Silva, à época bastante influente na região.

“Figuras proeminentes de Goiás frequentaram o Ginásio Anchieta e o Instituto Auxiliadora, evidenciando a influência marcante dessas instituições na história local, estadual e até nacional. Nomes como Americano do Brasil, Coronel Pirineus, Brás Abrantes e José Caixeta são apenas alguns exemplos”, afirmou Alessandra Carneiro do Nascimento, presidente do Conselho Patrimônio Histórico Cultural de Silvânia.

Atualmente, a economia de Silvânia depende fortemente do agronegócio, tornando-a um dos principais produtores de soja, milho e sorgo do estado.

Além disso, desde a década de 1930, Silvânia se destaca por ser um grande centro de produção de tijolos que se diferencia pela extração de areia — recurso fornecido aos grandes centros vizinhos.

Assim como muitas outras cidades do sertão brasileiro, o município desfruta de um cotidiano tranquilo e tranquilo. A arquitetura local ainda mantém características do final do século XVIII, com edifícios históricos que datam do século XIX e início do século XX, visíveis em toda a cidade.

Por fim, a cidade ainda conta com belos pontos turísticos, que têm grande importância na economia local.

Mirante do Cristo, na entrada de Silvânia. (Foto: viajantotodoobr)

“Temos praias e cachoeiras abertas à visitação. Outros pontos que atraem muitos visitantes são a Estação Ferroviária Caturana e o mirante do Cristo, ambos na entrada da cidade. Se o visitante quiser conhecer a história de Goiás, temos a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim com o Museu de Arte Sacra”, apontou Alessandra.

Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

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