‘Esperamos que se viabilize’, diz Jakson Charles sobre candidatura de Lisieux à Prefeitura de Anápolis
Convidado da semana, vereador também fala do desafio de ser o líder do prefeito, trabalho na Câmara e expectativas quanto à próxima gestão
Presidente municipal do PSB, Jakson Charles, até o momento, não abre mão da pré-candidatura do vereador Lisieux Borges à Prefeitura de Anápolis.
No entanto, ao ‘6 perguntas para‘ desta semana, ele não descarta a composição com outros partidos caso o nome escolhido não caia no gosto do eleitor anapolino. Jakson não fecha as portas para nenhum partido, exceto para as siglas de extrema direita, seguindo determinação nacional da legenda.
Na Câmara, Jakson é líder do prefeito Roberto Naves (Republicanos). Ele cumpre o seu papel ao defender a gestão dos ataques dos opositores. Apesar do trabalho, ele pondera que não vê dificuldades em realizar essa defesa, mesmo que pesquisas indiquem que a gestão está mal avaliada entre a população.
Na última semana, Rápidas divulgou que vários vereadores receberam milhares de reais em diárias pagas pela Casa. Ao comentar a situação, ele diz que é uma opção pessoal não fazer uso das benesses e que cabe aos citados comentarem o caso.
Além de vice-presidente, o vereador também é o corregedor da Casa. Desta forma, todos os processos encaminhados ao Conselho de Ética passam antes por ele. Ele garante que no que compete a ele, o trabalho está sendo feito com celeridade, mas que cobrará o conselho sobre o porquê da demora na continuidade dos processos.
1. Você é líder do prefeito Roberto Naves na Câmara Municipal. Qual o principal desafio de defender uma gestão que é mal avaliada, segundo as pesquisas?
Jakson Charles: Desde o primeiro ano de governo do prefeito Roberto Naves eu estou na liderança e posso afirmar que não vejo nenhuma dificuldade na defesa da gestão. Sou legislador e o meu papel na liderança tem como finalidade defender o governo no quesito legal e constitucional.
Os índices demonstram que a vida financeira da gestão vem avançando substancialmente. Um ponto que merece destaque é o incremento da receita e o cumprimento das metas fiscais. A pesquisa não reflete essa realidade e sim a satisfação popular na aceitação ou não das escolhas administrativas e ao líder compete a defesa da gestão.
2. O PSB está na base de apoio ao presidente Lula. Não existe a possibilidade de compor com o PT em âmbito municipal?
JC: A direção nacional do partido baixou uma resolução que colocou como restrição apenas composições com partidos de extrema direita e hipotecou à direção imediata superior fazer as avaliações acerca dos rumos a serem seguidos pelos diretórios municipais. O presidente regional do partido, em entrevista concedida nesta última quarta-feira (29), às emissoras de rádio de Anápolis, reafirmou que a decisão tomada pela direção municipal será respeitada pelo partido.
Hoje trabalhamos com a possibilidade de uma candidatura própria com o nome do vereador Lisieux José Borges. Esperamos que ele viabilize esta candidatura, mas caso isto não aconteça, manteremos o seu nome para uma possível composição e estaremos conversando com todos os grupos possíveis.
3. Na condição de corregedor da Casa todos os processos enviados ao Conselho de Ética passam antes por você. Por que eles não andam no colegiado?
JC: À frente da Corregedoria adotamos a linha de não passar a mão na cabeça de quem não cumpre com aquilo que determina o nosso Regimento Interno. Todas as demandas que chegaram à Corregedoria tiveram encaminhamento. Algumas, após detectada inocência do parlamentar, nós sugerimos o arquivamento. Já aquelas que entendemos ter indícios de irregularidades, encaminhamos para a Comissão de Ética, que tem a função e o dever em dar prosseguimento na abertura das investigações e apurações. Eu já cobrei em plenário a posição do conselho acerca da demora no andamento dos processos que estão em abertos. Um deles é o que aponta sobre uma possível falsificação de assinaturas envolvendo o vereador Suender Silva. Essa semana eu estarei enviando um ofício da Corregedoria solicitando oficialmente ao presidente da comissão um posicionamento sobre esta demora.
4. Recentemente, você foi classificado como alguém de direita, mesmo estando no PSB, pelo pré-candidato a prefeito do PSOL, Eugênio Lourenço Dias. Qual sua resposta para ele?
JC: Vejo como positivo, até porque de fato eu não sou de esquerda e muito menos de direita, a minha ideologia política é de centro. A minha vinda para a política sempre teve como viés a defesa do cidadão, não tenho nenhuma simpatia por nenhuma ideologia extremista e doentia, sempre defenderei meus princípios cristãos e familiares descritos na Bíblia, independentemente do partido em que eu estiver. Escolhi o PSB por sua postura equilibrada e democrática voltada para a criatividade, sobretudo por manter uma posição coerente no centro das discussões político-partidárias. Não conheço este senhor e com esta postura de desequilíbrio não tenho nenhuma motivação para tal. Como eu disse, não simpatizo com posicionamento extremista doentio, que coloca suas convicções ideológicas acima das convicções bíblicas.
5. Rápidas tem repercutido os pagamentos de diárias pagas pela Câmara de Anápolis a vereadores e servidores que participam de eventos fora da cidade. Você é um dos poucos que não tem solicitado essas benesses mesmo quando vai a Brasília. Acredita que seus colegas estão abusando?
JC: Este assunto compete ao presidente da Câmara opinar, uma vez que é ele quem responde pelas ações e prestações de contas do Legislativo no período em que ele estiver à frente como gestor. Creio eu que tudo aquilo que for feito dentro da legalidade não merece questionamento. Quanto à pergunta do porque que eu sou um dos que não fez uso desta benesse, eu digo que é uma questão de cunho pessoal, competindo aos demais responder por seus atos junto à opinião pública, mídia e órgãos fiscalizadores.
6. Quais os principais desafios do próximo prefeito em Anápolis?
JC: Anápolis é uma cidade que está em franco desenvolvimento e isto atrai para cá pessoas de todos os cantos do país, em destaque dos estados do Tocantins e Maranhão, locais com poucas oportunidades cujos cidadãos enxergam Anápolis como opção para criar os seus filhos com dignidade e oportunidades. Essa chegada em grande escala estrangula a rede pública no atendimento à Saúde e Educação, que na minha opinião será desafiador para os novos gestores. Muito se avançou, mas muito ainda precisa avançar. Outro ponto que merece destaque é, sem sombra de dúvida, a oferta de mais empregos a essas pessoas e o investimento na preservação do meio ambiente, cuidando da drenagem urbana, principalmente na busca de soluções às enchentes nos córregos que cortam a nossa cidade.