Entenda esquema ‘pinga-pinga’ de agiotas estrangeiros que cobravam até 50% de juros diários
Foram cumpridos 33 mandados de prisão. Grupo usava de recursos violentos, como ameaças, perseguição e até extorsão
Nove pessoas foram presas temporariamente, na manhã desta quarta-feira (14), durante uma operação da Polícia Civil (PC) nas cidades de Aparecida de Goiânia, Goiânia e Caldas Novas. O grupo seria composto de agiotas estrangeiros, que cobravam as vítimas de formas violentas e as forçavam a pagar valores exorbitantes.
No total, foram cumpridas 33 ordens judiciais, das quais nove eram mandados de prisões temporárias, cinco de busca e apreensão e ainda 19 de sequestro de bens. A força-tarefa foi batizada de Operação Usureros, palavra que significa agiotas em espanhol.
A escolha se dá pela grande maioria dos integrantes do grupo ser de outros países que ofereciam empréstimos facilitados e sem burocracia. Dentre as vítimas estão comerciantes e autônomos, que denunciaram a situação a PC.
Movida pela 3ª Delegacia Distrital de Polícia de Aparecida de Goiânia, a operação constatou a cobrança de parcelas diárias, constituindo o modelo de pagamento “pinga-pinga”, as quais eram acrescidas de juros exorbitantes, que iam de 20% a 50%, nos casos de atraso diário.
Quando os devedores não conseguiam pagá-los, eles usavam de recursos violentos, como ameaças, perseguição e até extorsão, mantendo as vítimas coagidas.
Um dos casos mais graves, que chamou a atenção dos investigadores, foi o de um devedor que recebeu um vídeo empunhando uma arma de fogo. Alguns dias depois, a casa dele foi alvo de uma saraivada de tiros.
Segundo as autoridades, foram identificados três núcleos, com oito estrangeiros, dos quais um núcleo era nacional e realizava as cobranças financeiras. As ações promovidas pelo grupo teria causado prejuízos financeiros e psicológicos significativos às vítimas.