Advogada quase é atropelada por policiais militares e recebe voz de prisão após desejar registrar ocorrência, em Goiânia

Autoridades alegaram que profissioal estaria drogada; argumento que é contestado pela OAB-GO

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Advogada quase é atropelada por policiais militares e recebe voz de prisão após desejar registrar ocorrência, em Goiânia
Imagem mostra advogada Joyce Vasconcelo e policiais militares. (Foto: Joyce Vasconcelos/ Instagram)

Enquanto deixava a delegacia, a advogada Joyce Vasconcelos quase foi atropelada por uma viatura da Polícia Militar (PM) do Batalhão de Trânsito, em frente à Central de Flagrantes de Goiânia, e recebeu voz de prisão após querer denunciar o ocorrido. Uma representação criminal foi apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), na terça-feira (03) – contra os policiais.

Tudo teria acontecido na noite de domingo (1º), quando a profissional estava saindo do local e quase foi atropelada por agentes, o que foi interpretado por ela como uma forma de intimidação pela atuação. Toda a cena foi registrada e publicada por ela no perfil do Instagram. 

 

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Ao retornar para dentro da delegacia para denunciar o ocorrido, ela foi confrontada por um policial militar que, com um fuzil nas mãos, esbarrou nela e afirmou: “O que eu fiz? Tá magoada? Ficou magoada?”. 

Na gravação, dois policiais civis, que não tiveram os nomes divulgados, ainda levantam o tom de voz e exigem que a advogada deixe o local. Ela, porém, insistiu em permanecer para denunciar o ocorrido ao delegado, mas recebeu voz de prisão, sob alegação de que ela estaria drogada. 

Segundo a OAB GO, a acusação seria infundada, uma vez que a advogada passa por um tratamento de imunoterapia em decorrência de uma doença autoimune, que não afeta o comportamento dela. 

“O delegado informou ao nosso plantão de prerrogativas que a advogada parecia estar drogada, quando, na verdade, ela sofre de esclerose múltipla. Estamos tomando todas as medidas cabíveis. Não toleramos, e nunca toleraremos, a criminalização e o despreparo de qualquer agente público contra advogados no exercício de suas funções”, diz o presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas (CDP), Alexandre Pimentel. 

Um Registro de Atendimento Integrado (RAI) foi emitido pelo delegado contendo as informações que, de acordo com a OAB-GO, são inverídicas e incluem acusações de crimes que não ocorreram, como falsa identidade e desobediência. 

A prisão da profissional não chegou a ser realizada devido à intervenção do plantão da Comissão de Prerrogativas da Ordem.

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