Manoel Vanderic desabafa sobre grave crime de trânsito ocorrido recentemente em Anápolis
Em vídeo, policial pontuou gravidade dos casos e responsabilizou geração de pais superprotetores
Por meio de uma publicação, realizada nas redes sociais, o delegado Manoel Vanderic, responsável pela Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT), expôs um caso de omissão, após um motorista bater contra uma moto e fugir do local, em Anápolis, no último final de semana.
Defensor da tipificação dolosa para crimes de trânsito que envolvam embriaguez, o policial pontuou que a maioria dos motoristas responsáveis por acidentes que resultam em morte ou lesão, fogem sem prestar socorro.
“Nos crimes de trânsito, que não são acidentes, mais de 80% dos motoristas responsáveis pelo resultado morte ou lesão fogem do lugar sem prestar socorro. Reflexo desta falta de empatia pelo próximo, deste egocentrismo exacerbado e pela superproteção da família e amigos”, criticou.
Ele ainda responsabilizou a geração de pais superprotetores, apontando uma relação de causa e efeito entre a sensação de impunidade, gerada pela superproteção, e a falta de responsabilidade no trânsito.
“Pais superprotetores criam filhos irresponsáveis. Assistimos uma geração incapaz de assumir a responsabilidade pelos próprios atos. Importante lembrar que fugir do local do crime de trânsito, por si só, pode configurar dois crimes autônomos, qualifica o homicídio, ou a lesão, e também pode corroborar a configuração do dolo na tipificação final”, explicou.
Por fim, ele relembrou o caso, que ocorreu em Anápolis, e revelou que os ocupantes da moto ficaram lesionados. Segundo Manoel, o suspeito já foi identificado e indiciado por tentativa de homicídio, mas está foragido, até o momento da publicação.
“Este caso do vídeo aconteceu neste último final de semana em Anápolis. Os dois ocupantes da moto ficaram lesionados. O motorista que fugiu já foi identificado, foi indiciado por tentativa de homicídio, além dos crimes de trânsito, está foragido e pode ser preso a qualquer momento”.
Cenário local
No dia 28 de agosto, Anápolis presenciou o primeiro júri popular de um homicídio, provocado por embriaguez ao volante, tipificado como homicídio doloso. Até então, os casos eram tratados como culposos, ou seja, quando não há a intenção de matar.
O crime em questão foi cometido pelo empresário Christiano Mamedio da Silva, acusado de furar o sinal vermelho e tirar a vida de Emanuel Felipe Pires, de 15 anos, e de Eurípedes Tomé, de 26, na avenida Brasil Sul. O delegado foi uma das testemunhas no caso, e defende publicamente a extensão da tipificação para ocorrências semelhantes.
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