Discord: especialista dá dicas de como monitorar conteúdos acessados pelos filhos nas redes sociais

Em entrevista ao Portal 6, profissional alerta aos perigos de não surpervisão dos pais ou responsáveis

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Aplicativos que você deveria remover agora mesmo do seu celular (podem ser perigosos)
(Foto: Ilustração/Pexels/Pixabay)

Em meio ao aumento de casos envolvendo crimes cibernéticos contra menores de idade, que tem levado policiais e promotores de todo o país a se infiltrarem em comunidades online, especialmente no aplicativo Discord, para combater grupos criminosos ligados à chantagem com fotos íntimas, indução à automutilação, por exemplo, as discussões sobre a necessidade do controle parental ganharam força nas redes sociais.

Conforme mostrado em uma reportagem do Fantástico, agentes têm trabalhado dia e noite, dentro da sala da Secretaria de Segurança Pública, disfarçados nas comunidades do Discord, além de receberem denúncias de ativistas. Em alguns casos, quando o crime está prestes a acontecer, os mesmos chegam até os envolvidos — como em um caso de estupro virtual descrito por um dos investigadores.

Em entrevista ao Portal 6, o especialista em cybersegurança, Tiago Sabino, alerta para os perigos da falta de supervisão dos pais ou responsáveis sobre os conteúdos consumidos pelos filhos.

Ele explica que, atualmente, muitos adultos utilizam a tecnologia para distrair e até mesmo proporcionar um momento de lazer para a criança, esquecendo, por vezes, que o ambiente requer atenção e cuidado.

“Em relação a esses crimes cibernéticos que envolvem crianças, o primeiro ponto é que os pais precisam acompanhar as crianças, observando o comportamento. Na maioria dos casos, os pais usam a tecnologia para ter mais tempo e acham que a criança que está ali, usando a tecnologia, está, de certa forma, mais segura”, destacou.

Um dos perigos ressaltados por Tiago são os chats, que são onde parte dos criminosos aproveita para conversar com crianças e adolescentes e realizar os crimes.

De acordo com o profissional, além de incitarem ações criminosas, há também o incentivo a práticas como bullying ou racismo, que podem causar traumas psicológicos nas vítimas.

“O principal ponto é fazer com que os jovens usem esses aplicativos de modo que os cuidadores possam ver as telas. Os crimes acontecem quando a criança está no quarto dela, sozinha, de madrugada, que é quando os bandidos aproveitam esse momento porque sabem que elas estão sem acompanhamento”, justifica.

Para tentar aumentar o controle sobre os conteúdos consumidos, o Google e a Apple, responsáveis pelos sistemas de celulares e tablets mais usados no mundo, oferecem recursos de controle parental. Um deles, por exemplo, é o Family Link — do Google — que torna possível definir o limite de tempo e restringir o acesso a alguns sites e aplicativos.

Outra opção é o Qustodio — eleito pelo The New York Times como um dos três melhores aplicativos de controle parental para gerenciar o tempo de tela e manter o filho mais seguro online. O aplicativo permite que os pais supervisionem o uso do dispositivo do filho para garantir o acesso a conteúdos apropriados para a idade.

Além deles, Tiago também destaca que é possível acionar, nas configurações dos celulares Android e iPhone/iPad, além do Windows, versões que supervisionam a navegação dos pequenos. Apesar da ajuda, o profissional reforça que as ações apenas monitoram e que, em aplicativos que possuem chats, por exemplo, as ferramentas são incapazes de identificar bate-papos que incentivam alguma prática criminosa.

“Dentro desses aplicativos, existem crianças e adultos que incitam outras crianças a aplicarem golpes e até a estimularem a fazerem algo. Eles [os criminosos] conseguem descobrir onde a criança mora e dizem que vão expô-la, já que têm muitas informações, e a criança, com medo, acaba obedecendo. É importante lembrar que o controle parental só vai até certo ponto — ele não sabe o que ela conversou e com quem —, por isso a necessidade de um acompanhamento dos pais”, finaliza.

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