Chaveslândia e Perdilândia, qual a história por trás dos nomes dessas cidades na divisa de Goiás?

Entre córregos, arroios e estradas entre goianos e mineiros, elas guardam segredos e vestígios da História

Anna Júlia Steckelberg Anna Júlia Steckelberg -
Chaveslândia e Perdilândia, qual a história por trás dos nomes dessas cidades na divisa de Goiás?
(Foto: Reprodução)

Antes mesmo dos mapas definirem fronteiras, os sertões que hoje divisam Minas Gerais e Goiás já eram rotas de tropeiros, viajantes e comércios que seguiam caminhos improvisados. Ali, nas margens do rio Paranaíba, surgiram nomes curiosos: Chaveslândia e Perdilândia, que guardam em si fragmentos de vivências, transformações e contornos da ocupação regional.

Para entender Chaveslândia e Perdilândia, é preciso voltar ao início do século XX, quando os caminhos entre Minas e Goiás cortavam terras áridas, cruzavam riachos e exigiam pontos de parada.

Segundo a revista “História e Identidades Culturais do Município”, o nome “Perdilândia” deriva diretamente do Córrego da Perdida, que margeava o povoado em formação.

O distrito se firmou com uma venda criada por Aparício Almeida nos anos 1950, ponto inicial de comércio e moradia para quem transitava pela estrada que ligava Minas a Goiás.

Chaveslândia, por sua vez, conecta-se ao trajeto de travessia entre estados: foi instituído distrito em 1962, pela mesma lei estadual que deu origem a Perdilândia. Situa-se às margens do rio Paranaíba, em divisa com São Simão (Goiás), e já era rota frequente de tráfego entre os estados.

Em 2022, completou 47 anos de existência formal como distrito.

Chaveslândia. (Foto: Reprodução)

Chaveslândia e Perdilândia, qual a história por trás dos nomes dessas cidades na divisa de Goiás?

Embora pareça que esses nomes pertencem ao estado de Goiás, ambos os distritos fazem parte do município de Santa Vitória, no estado de Minas Gerais, embora se posicionem muito próximos à divisa goiana.

A Lei estadual nº 2.764, de 30 de dezembro de 1962, criou oficialmente os distritos de Chaveslândia e Perdilândia anexados ao município de Santa Vitória.

O desenrolar histórico revela como impactos geográficos e obras estruturais moldaram o destino desses lugares. Quando a barragem da Represa de São Simão foi construída, nos anos 1970, partes da rota original foram inundadas ou deslocadas, alterando completamente o fluxo de passagem por Perdilândia.

O comércio caiu e a localidade ficou fora das principais estradas.

Perdilândia

Perdilândia. (Foto: Reprodução)

Chaveslândia igualmente sofreu cortes em seu vínculo com rotas de trânsito intenso, mas manteve-se como ponto de identidade local às margens do rio.

Segundo dados do IBGE e do portal de Santa Vitória, o município onde estão os distritos tinham, no Censo de 2022, 20.973 habitantes.

Chaveslândia localiza-se a cerca de 47 km da sede municipal; Perdilândia, cerca de 24 km.

Mais do que placas geográficas, Chaveslândia e Perdilândia guardam no nome rastros de córregos, rotas de comércio e decisões estruturais — são pontos de parada simbólicos no “mapa humano” do interior. Para quem visita a região hoje, passar por essas terras é percorrer o enredo silencioso entre água perdida, chaves de rota e transformações que nelas gravaram sentidos vivos.

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Anna Júlia Steckelberg

Anna Júlia Steckelberg

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com Portal 6 desde 2021.

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