O número proibido: o 13 e as histórias sombrias que o tornaram símbolo do azar
Ele carrega camadas de histórias remotas, medo coletivo e contrastes simbólicos

Desde os banquetes mitológicos até os elevadores contemporâneos, o número 13 acumula histórias sombrias e incertezas. Em Roma antiga, alguns viam o 13 como presságio de morte e desgraça, uma crença já documentada nos relatos de crendices populares da época.
No entanto, o que começou como vozes dispersas em sociedades antigas ganhou força cultural — venerada e temida — até se tornar quase universalmente reconhecida como “azarada”.
Por que o número 13 é temido em tantos países?
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Uma das narrativas mais célebres associa o 13 à Última Ceia: naquela noite, 13 pessoas estavam reunidas, e o traidor Judas teria sido o décimo terceiro convidado.
Essa coincidência de número e traição deu cor ao simbolismo negativo: o 13 passou a ser visto como intruso, rompe a harmonia do 12, número que, em muitas culturas, representa completude — meses do ano, signos, deuses, discípulos.
Em paralelo, na mitologia nórdica, há a lenda de um banquete em Valhalla: quando Loki, o deus da trapaça, chegou como décimo terceiro convidado, teria iniciado caos e tragédia, culminando na morte do deus Balder.
Essa história contribuiu para endurecer o pensamento de que “um número a mais” perturba a ordem — como se o 13 rompesse a simetria segura do 12.
Com o tempo, essa simbologia migrou para a vida cotidiana: hotéis e arranha-céus evitam ter um “13º andar” nos painéis de elevador, como forma de não despertar ansiedades entre hóspedes e moradores — uma prática observada em vários países ocidentais.
Em pesquisas acadêmicas recentes, essa superstição também aparece entre os fatores que influenciam decisões imobiliárias: alguns compradores manifestam aversão a endereços com o número 13.
Mas nem todas as culturas partilham desse temor. Em muitos países asiáticos, por exemplo, o número 4 — e não o 13 — é evitado, porque sua pronúncia remete à morte no mandarim e no cantonês (pronunciado «sì», similar a «sǐ», morte).
Na Itália, curiosamente, o 13 é considerado um número da sorte em alguns contextos; lá, o número 17 é que carrega conotações negativas — em parte porque sua forma romana (XVII) pode ser rearranjada como “VIXI”, que em latim significa “minha vida terminou”.
Em países de língua espanhola e na Grécia, é a terça-feira 13 a causar apreensão: em espanhol, “martes 13” é considerado dia de azar, uma associação derivada do deus Marte e de antigas crenças de batalha.
Além da tradição e da mitologia, a psicologia social também ajuda a explicar por que o 13 mantém sua fama: em sociedades em que as superstições moldam comportamentos, um rumor ou crença pode gerar feedback — pessoas evitam compromissos, casamentos ou viagens no dia 13, e isso reforça culturalmente a aura de perigo.
Cientistas chamam a fobia específica de “triskaidekaphobia” — medo irracional do número 13.
Embora não haja consenso definitivo sobre uma única origem verdadeira, o entrelaçamento de mitos antigos, símbolos religiosos e comportamento social seleto ajudou a moldar o “mau-agouro” universal do 13.
Em suma, o 13 não é temido por acaso — ele carrega camadas de histórias remotas, medo coletivo e contrastes simbólicos. E, ao entender sua trajetória entre crença e cultura, descobrimos que o azar, muitas vezes, é apenas um reflexo do que a humanidade escolheu acreditar.
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