Orquestra Filarmônica de Goiás performa Boate Azul com instrumentação clássica e gera discussão entre internautas

Apesar de tão enraizada na cultura goiana, canção não agradou a todos, apesar do rigor técnico e sonoro

Davi Galvão Davi Galvão -
Orquestra Filarmônica de Goiás apresentou-se com o clássico Boate Azul. (Foto: @orquestrafilarmonicadegoias)
Orquestra Filarmônica de Goiás apresentou-se com o clássico Boate Azul. (Foto: @orquestrafilarmonicadegoias)

Nada entrega mais o bom goiano do que, ao fundo de uma reunião entre amigos e família, escutar lá longe na roda de voz desafinada e violão, o tradicional “toca Boate Azul!”. Seja pela infelicidade dos que já saturaram ou deleite dos que sabem apreciar um clássico, fato é que é justamente isso o que a canção é: um clássico.

Apesar de tão bem enraizada na cultura goiana, foi com relativa surpresa e até críticas negativas que a internet reagiu a uma performance ao vivo pelas mãos e fôlego da Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG).

O vídeo, publicado no perfil oficial da OFG, mostra o hit sertanejo de Benedito Seviero e Aparecido Tomás de Oliveira, e que já se consagrou na voz de grandes artistas como Bruno e Marrone e Jorge e Mateus, reimaginado para o formato clássico.

Sob o arranjo de Freddy Portilho, violinos, flautas, clarinetes e trompetes deram vida a versão erudita de Boate Azul, em um vai e vem de notas muito familiares, mas em um novo pacote.

Por mais ousada e tecnicamente impecável que fosse, também foi natural o descontentamento de alguns usuários com a troca do formato do “sertanejo raiz” pelo arranjo mais clássico.

“Valeu a intenção, mas não tem nada a ver com música clássica”, disse um.

Outro foi ainda mais além, dando a entender que apresentações como essa são um reflexo da “decadência” da música como um todo no país.

“Por isso o Brasil está de mal a pior. Não é falar mal da música! Gosto da boate azul. Penso que há espaço para tudo e todos, mas isso é ridículo! Sabem porque fazem isso porque o povo está sem cultura, sem lapidação para escutar uma sinfonia, uma bela obra musical […] Assim os gestores das orquestras fazem esse link com a música comercial popular. Não é de espantar que daqui a pouco teremos mais orquestras sinfônica tocando pop da atualidade. Isso é prostituição da orquestra e da música de qualidade e compositores consagrados, como Villa lobos, Carlos Gomes, Amaral Vieira, entre outro, morrem no esquecimento da burrice generalizada”, criticou.

Apesar disso, a maior parte dos comentários pareceu admirar a iniciativa da Filarmônica, considerando extremamente agradável e de fácil sonoridade a melodia.

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Davi Galvão

Davi Galvão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Atua como repórter no Portal 6, com base em Anápolis, mas atento aos principais acontecimentos do cotidiano em todo o estado de Goiás. Produz reportagens que informam, orientam e traduzem os fatos que impactam diretamente a vida da população.

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