Operação revela esquema milionário de fraudes com laudos falsos sobre acidente com Césio-137 em Goiânia

Alvos incluem advogados, médico e engenheiro, suspeitos de integrar organização criminosa voltada à prática de estelionato

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Césio-137
Imagem ilustrativa de agentes da Deic em ação. (Foto: Divulgação/PCGO)

A Polícia Civil (PC) deflagrou, nesta quinta-feira (30), a Operação Césio 171, que investiga um esquema milionário de fraudes em ações judiciais envolvendo falsos laudos médicos e documentos forjados relacionados ao acidente radiológico com o Césio-137, ocorrido em Goiânia no ano de 1987.

Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão domiciliar e cinco mandados de prisão temporária na Região Metropolitana de Goiânia.

Os alvos incluem advogados, um médico e um engenheiro, suspeitos de integrar uma organização criminosa voltada à prática de estelionato contra ente público, associação criminosa e falsidade ideológica.

De acordo com as investigações, o grupo falsificava laudos e relatórios médicos para protocolar ações judiciais em nome de militares estaduais, com o objetivo de obter isenção de imposto de renda sob a justificativa de que teriam sido expostos ao material radioativo do Césio-137.

Segundo a PC, os suspeitos criavam uma estrutura elaborada de falsificação documental, com carimbos, assinaturas e laudos médicos falsos, para sustentar as ações e induzir o Poder Judiciário a erro.

Os prejuízos estimados com o esquema chegam a R$ 79 milhões, sendo o dano efetivo já apurado em cerca de R$ 1,7 milhão.

As investigações continuam para identificar outros possíveis beneficiários e integrantes do esquema.

Esta é a segunda fase da operação, que dá continuidade às investigações iniciadas após a identificação de um padrão de falsificações e pedidos indevidos de benefícios.

A ação foi coordenada pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), por meio do Grupo de Repressão a Roubos, com o apoio da Gerência de Ações Estratégicas da Secretaria Estadual de Saúde.

Histórico

Vale lembrar que, em setembro de 2024, a Deic havia comandado a Operação Fraude Radioativa, que cumpriu três ordens de prisão e contra suspeitos de praticarem fraudes para obter benefícios decorrentes do acidente com o Césio-137. 

À época, o desembargador Carlos Alberto França decidiu pela suspensão do auxílio dos investigados.

Naquele momento, a estimativa era de que o prejuízo fosse de R$ 20 milhões, valor que quase quadruplicou desde então, conforme as investigações atuais.

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Augusto Araújo

Augusto Araújo

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás, é editor do Portal 6. Já atuou em veículos como o Jornal Opção e tem experiência em assessoria de comunicação. Apaixonado por esportes, preza pela apuração rigorosa, pela clareza na informação e pelo compromisso com o interesse público.

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