Estudo mostra quanto de fato custa criar um filho no Brasil

Embora o amor e o cuidado não tenham preço, os números mostram que o contexto deve ser levado em consideração

Gabriel Yuri Souto Gabriel Yuri Souto -
Estudo mostra quanto de fato custa criar um filho no Brasil
Criança e mãe adotiva. (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

Quando, há algumas décadas, a chegada de um filho era vista quase exclusivamente como o desdobramento natural da vida familiar, hoje ela carrega também um peso financeiro que desafia qualquer planejamento casual. Um estudo do Insper revela que, no Brasil, criar um filho até os 18 anos pode custar entre R$ 480 mil e R$ 3,6 milhões — conforme classe de renda.

De acordo com o Info Money, para famílias da chamada classe C, a faixa estimada fica entre R$ 480 mil e R$ 1,2 milhão; para a classe B, de cerca de R$ 1,2 milhão a R$ 2,4 milhões; e na classe A, os valores partem de R$ 3,6 milhões e podem ultrapassar isso.

Estudo mostra quanto de fato custa criar um filho no Brasil

O levantamento parte de dados do IBGE e considera despesas como alimentação, saúde, educação, lazer e até parte da moradia, segundo a economista Juliana Inhasz Kessler, coordenadora do curso de Economia do Insper.

O fato é que o valor estimado representa cerca de 30% da renda familiar média.

Na prática, para famílias de renda moderada que vivem nas grandes metrópoles, isso significa que decidir ter filhos implica mexer com variáveis como aluguel, escola particular, planos de saúde e atividades extracurriculares—cada uma delas pode se mostrar mais cara do que se imagina.

Uma matéria no portal Curta Mais, por exemplo, aponta que em uma cidade grande com renda acima de R$ 15 mil mensais, o custo mensal por filho pode ultrapassar R$ 3 mil e o investimento total até os 18 anos superar R$ 650 mil.

A desigualdade econômica também se acentua: conforme o estudo, o gasto para quem está na classe A pode ser pelo menos 15 vezes maior do que para famílias da classe E – de menor renda – e cerca de três vezes mais em relação à classe média.

Para o futuro pai ou mãe, isso representa duas frentes de atenção: por um lado, a necessidade de planejamento financeiro — guardar, investir, delimitar estilo de vida; por outro, a reflexão sobre quais escolhas de consumo, educação e moradia fazem sentido. Em termos simples: a variável “quando ter um filho” ganha agora uma dimensão de “quanto podemos dedicar” — não apenas emocionalmente, mas financeiramente.

Em suma: mais do que uma simples estatística, o custo de criar um filho no Brasil se converte em espelho das escolhas de vida, das desigualdades existentes e das prioridades que famílias definem em meio a uma economia que torna cada vez mais caro oferecer aquilo que se considera “o mínimo confortável”.

E embora o amor e o cuidado não tenham preço, os números mostram que o ambiente material que acompanha a criação de filhos exige atenção, estratégia e visão de futuro.

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Gabriel Yuri Souto

Gabriel Yuri Souto

Redator e gestor de tráfego. Especialista em SEO. Colabora com Portal 6 desde 2023.

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