Por que neurologistas recomendam reduzir ou parar o consumo de álcool após os 65 anos
Pesquisas recentes mostram que o corpo e o cérebro mudam significativamente depois dos 65 anos, fazendo com que o álcool tenha efeitos muito mais intensos e perigosos do que na juventude

O consumo de álcool após os 65 anos afeta o organismo de maneira diferente. Com o avançar da idade, o cérebro se torna mais sensível às substâncias que interferem nos neurotransmissores.
A perda natural de massa cerebral e o ritmo mais lento de processamento tornam o organismo mais suscetível aos efeitos do álcool, mesmo em pequenas quantidades.
Por isso, sintomas como tontura, confusão e dificuldade de concentração aparecem com mais facilidade e duram mais tempo.
Esse aumento de sensibilidade faz neurologistas reforçarem o alerta para o consumo moderado ou nulo.
O fígado trabalha mais devagar e prolonga os efeitos no organismo
Após os 65 anos, o metabolismo hepático diminui gradualmente. Isso significa que o corpo demora mais para quebrar o álcool e eliminá-lo da corrente sanguínea.
Consequentemente, o efeito da bebida se prolonga e se intensifica, aumentando o risco de intoxicação e impacto neurológico.
Neurologistas explicam que essa lentidão também amplia a chance de interação perigosa com medicamentos, algo muito comum nessa faixa etária.
Esse acúmulo prolongado explica por que a mesma dose tem impacto maior do que antes.
O consumo frequente aumenta o risco de perda cognitiva e demência
Estudos mostram que o álcool pode acelerar processos degenerativos em idosos. Mesmo o consumo considerado moderado pode contribuir para a redução de memória, piora da atenção e danos em estruturas cerebrais responsáveis por tomada de decisão.
Neurologistas apontam que, em pessoas com predisposição genética ou histórico familiar, a bebida pode antecipar sintomas de demência ou agravar quadros já existentes.
A recomendação, portanto, não é apenas preventiva, mas protetiva para o cérebro a longo prazo.
A vulnerabilidade a quedas torna a bebida ainda mais arriscada
Com o passar dos anos, equilíbrio, reflexo e coordenação motora tendem a diminuir. O álcool aprofunda cada uma dessas vulnerabilidades.
Por isso, quedas se tornam mais frequentes e perigosas. Acidentes simples podem gerar fraturas graves, perda de mobilidade e complicações prolongadas. Esse é um dos motivos centrais para que neurologistas aconselhem cautela no consumo entre idosos.
Interações com medicamentos podem causar danos neurológicos graves
Grande parte das pessoas acima dos 65 anos usa remédios contínuos para pressão, colesterol, diabetes, ansiedade ou dor. O álcool potencializa efeitos colaterais desses medicamentos e pode provocar sonolência extrema, confusão mental, arritmias e até quedas de pressão perigosas.
Neurologistas destacam que, nessas situações, o álcool deixa de ser apenas um hábito social para se tornar um risco concreto à saúde.
Por que reduzir o álcool melhora a saúde e a qualidade de vida na terceira idade
Ao diminuir ou abandonar a bebida, idosos costumam relatar melhora na disposição, no sono, na memória e no equilíbrio. O cérebro trabalha com mais clareza e o corpo responde melhor aos tratamentos médicos.
Contudo, neurologistas destacam que essa fase da vida pede atenção redobrada ao que afeta o sistema nervoso, e o álcool, por ser uma substância depressora, interfere diretamente no bem-estar geral.
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