Após comprar fábrica da Ford, BYD anuncia megafábrica de ônibus elétricos no Brasil
Projeto em São Paulo amplia produção, gera até 800 empregos e coloca o Brasil no centro da estratégia global da montadora chinesa para veículos pesados eletrificados

A estratégia da BYD para o Brasil acaba de ganhar um novo capítulo — e ele é decisivo para o futuro da mobilidade urbana no país. Depois de assumir a antiga fábrica da Ford, na Bahia, e dar início à produção de carros elétricos e híbridos, a montadora chinesa confirmou agora um projeto ainda mais ambicioso: a construção de uma megafábrica de chassis de ônibus elétricos no estado de São Paulo.
A nova planta industrial será o maior investimento da empresa no segmento de veículos pesados no país e tem um objetivo claro: transformar o Brasil em um polo de produção e exportação de ônibus elétricos.
A ideia é atender não apenas a crescente demanda de cidades brasileiras por frotas menos poluentes, mas também abastecer mercados da América do Sul e, futuramente, da África.
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Planejada para ser construída ao longo dos próximos três anos, a unidade terá cerca de 180 mil metros quadrados e capacidade de produção de até 7 mil chassis por ano — um salto expressivo frente ao volume atual da operação da marca no Brasil.
Hoje, a BYD produz chassis de ônibus elétricos em Campinas, em uma estrutura que opera desde 2015 e emprega entre 80 e 100 funcionários.
Em uma década, foram cerca de 600 unidades fabricadas, número que já não acompanha o ritmo dos pedidos. O avanço de políticas públicas voltadas à redução de emissões e a pressão por alternativas ao diesel aceleraram a procura por ônibus elétricos, criando gargalos de oferta.
A megafábrica paulista surge justamente para destravar esse crescimento. Com a nova escala, a empresa poderá equipar grandes sistemas de transporte coletivo, corredores metropolitanos e projetos de eletrificação em diferentes regiões do país, além de atender encomendas internacionais.
Enquanto a planta definitiva não fica pronta, a BYD adotou uma solução intermediária para não perder contratos.
A montadora pretende instalar uma unidade temporária nas proximidades de Campinas, com a meta de produzir cerca de 1.200 chassis de ônibus elétricos já em 2026. Essa fase de transição permitirá reduzir prazos de entrega, testar fluxos produtivos em maior escala e preparar novas equipes.
O impacto do projeto vai além da produção. Quando a megafábrica estiver em plena operação, a expectativa é gerar entre 700 e 800 empregos diretos, multiplicando o atual quadro de funcionários.
As vagas devem abranger áreas como montagem, engenharia, logística, manutenção, controle de qualidade e administração. Indiretamente, o empreendimento também deve impulsionar fornecedores, serviços e a economia local da região escolhida para sediar a planta.
Esse novo investimento se conecta diretamente ao movimento iniciado em 2023, quando a BYD adquiriu a antiga fábrica da Ford, em Camaçari, por R$ 5,5 bilhões. O complexo baiano, inaugurado em outubro, tem capacidade inicial para produzir 150 mil veículos por ano e é visto como uma das maiores apostas da empresa fora da China, com potencial de gerar até 20 mil empregos.
Com duas megafábricas no país — uma já em funcionamento na Bahia e outra projetada para São Paulo — a BYD reforça sua aposta no Brasil como base estratégica para a transição energética no setor automotivo.
A empresa se posiciona, assim, como uma das protagonistas da mudança no transporte público, desafiando montadoras tradicionais e influenciando o rumo das políticas de mobilidade e sustentabilidade no país.
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