Receita Federal: novo modelo de controle passa a cruzar dados do Pix com cartões de crédito para verificar se contribuintes estão pagando o imposto correto

Ampliação da fiscalização entrou em vigor em 2025 e permite comparar movimentações financeiras com a renda declarada no Imposto de Renda

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
Receita Federal passa a cruzar dados bancários
(Foto: Reprodução)

A Receita Federal passou a adotar um novo modelo de controle fiscal que cruza informações de movimentações realizadas por Pix com dados de cartões de crédito.

A medida entrou em vigor em janeiro de 2025 e tem como objetivo verificar se os contribuintes estão pagando o imposto correto, de acordo com a renda efetivamente movimentada.

Com essa mudança, o Fisco amplia o alcance da fiscalização ao integrar dados enviados por bancos, operadoras de cartão e instituições de pagamento ao sistema e-Financeira, utilizado para monitorar movimentações relevantes. Assim, a Receita consegue identificar divergências entre o que foi declarado e o que circulou pelas contas.

No entanto, o órgão esclarece que não há acompanhamento de transações individuais. Em vez disso, são analisados valores consolidados que ultrapassem limites mensais.

Para pessoas físicas, entram no radar movimentações a partir de R$ 5 mil por mês. Já para pessoas jurídicas, o patamar é de R$ 15 mil mensais.

Além disso, a Receita reforça que não existe criação de imposto sobre Pix ou cartão de crédito. O foco está no cruzamento de informações para combater sonegação, omissão de rendimentos e inconsistências fiscais, alinhando a fiscalização à realidade do uso crescente de meios digitais.

Por outro lado, contribuintes que mantêm a renda corretamente declarada não devem sentir impacto no dia a dia. Ainda assim, especialistas alertam que movimentações elevadas incompatíveis com os rendimentos informados podem resultar em malha fina ou convocações para esclarecimentos.

Ao mesmo tempo, o sigilo bancário permanece preservado. As instituições reportam apenas os montantes totais, sem detalhar origem ou destino das operações, conforme prevê a legislação.

Diante desse cenário, a orientação é manter organização financeira, guardar comprovantes e declarar corretamente todas as fontes de renda, especialmente em casos de prestação de serviços, vendas informais ou uso frequente de Pix e cartões.

Por fim, a Receita afirma que a atualização era necessária para acompanhar a digitalização dos pagamentos e fortalecer a fiscalização, garantindo maior justiça tributária e conformidade com padrões internacionais.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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