Anvisa determina suspensão da venda de medicamentos Needs e Bwell, do grupo Raia e Drogasil
Agência aponta venda e divulgação de produtos sem autorização e impõe veto por 90 dias

Uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acendeu o alerta no setor farmacêutico nesta terça-feira (23). O órgão determinou a suspensão imediata da venda e da divulgação de medicamentos das marcas Needs e Bwell, pertencentes à RD Saúde, grupo formado a partir da fusão entre Droga Raia e Drogasil.
Segundo a Anvisa, a medida foi adotada após a constatação de que estavam sendo anunciados e comercializados produtos sem a devida autorização da agência reguladora. A proibição atinge tanto os canais oficiais da empresa quanto qualquer pessoa física ou jurídica, incluindo veículos de comunicação que promovam os itens.
A decisão tem como base o inciso XV do artigo 7º da lei que regula o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. O dispositivo concede à Anvisa o poder de vetar a fabricação, importação, distribuição e comercialização de produtos sempre que houver descumprimento da legislação ou risco iminente à saúde da população.
A resolução foi publicada no Diário Oficial da União e já entrou em vigor na própria terça-feira. O prazo da suspensão é de 90 dias, período em que ficam proibidas todas as ações comerciais e publicitárias relacionadas às duas marcas.
O caso ganha ainda mais relevância diante do peso das marcas próprias no faturamento da RD Saúde. Em 2024, esse segmento movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão, com a Needs ocupando a posição de terceira maior marca de “Consumer Health” no varejo farmacêutico brasileiro, de acordo com dados da IQVIA.
Em nota enviada ao InfoMoney, a RD Saúde afirmou que não atua como indústria farmacêutica e que não fabrica medicamentos. A empresa destacou que os produtos das marcas Needs e Bwell são produzidos por laboratórios devidamente licenciados e autorizados pela Anvisa, seguindo as normas regulatórias vigentes.
A companhia também informou que os medicamentos estão registrados junto à agência reguladora e que irá apresentar um recurso administrativo, no qual pretende detalhar seus procedimentos e prestar os esclarecimentos necessários à Anvisa.
Enquanto isso, a determinação segue válida e impede qualquer tipo de comercialização ou divulgação dos produtos atingidos, reforçando o papel da agência no controle e na fiscalização do mercado de medicamentos no país.
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