Mortes no trânsito em Anápolis caem pela metade e delegado Vanderic dispara: “só aprendem quando dói no bolso”
Ao Portal 6, titular da Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT) também fez projeções para 2026

Em 2025, Anápolis registrou mais uma vez uma redução no número de óbitos no trânsito, indo na contramão do país.
Somando os últimos anos, a diminuição foi de tal modo que em 2023 foram registradas 83 mortes; em 2024 foram 62; e em 2025 apenas 43, até o momento. Também em 2025, foram presos 241 motoristas embriagados em flagrante.
Em entrevista ao Portal 6, o delegado Manoel Vanderic, responsável pela Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT), citou alguns dos pontos que fizeram a diferença nesse cenário e fez projeções para 2026.
“O brasileiro não aprende por consciência, não tem empatia pela vida do outro. No trânsito, só aprendem quando dói no bolso. Fianças cada vez mais altas, intervenção do MP com acordos cada vez mais altos, assim como o judiciário”, explicou.
Na prática, ele explicou que o aumento das fianças, somados ao encarecimento também dos valores do acordo de não-persecução penal, feito em parceria com o Ministério Público (MP), teriam tido grande impacto.
Além de projetar um aumento ainda maior nos encargos, com a possibilidade dos policiais arbitrarem também multas de trânsito aos infratores, Manoel também tratou de outros fatores.
“A aplicação de câmeras em locais estratégicos, onde ocorrem mais acidentes, e também os aparelhos de controle de velocidade e sinaleiros com fiscalização melhoraram o controle. A crença de que o motorista que foge do local se safa da responsabilização também está se desfazendo. Pelo contrário, a gente mostrou que é possível identificar, em quase todos os casos, e a pena ainda fica maior pela fuga”, complementou.
Outros fatores
Não ser mais necessário levar o suspeito até a Central de Flagrantes para efetuar a prisão, podendo resolver a situação na DICT, foi outra melhoria.
Vanderic revelou ter percebido um grande aumento no uso de transporte por aplicativo, especialmente à noite, e acredita que isso teria se dado também pelo medo difundido das punições.
“Não por consciência, mas por medo, muita gente tem usado o transporte por aplicativo para ir para casa à noite. Pretendemos manter essa estratégia, tornando também mais contundente as penalidades”, concluiu.
Mais de 90% dos inquéritos que apuram morte no trânsito foram concluídos pela DICT, e a Polícia Civil (PC) também prestou pesar pelas famílias das 43 vítimas que perderam seus entes em Anápolis neste ano.
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