País constrói quase 70 quilômetros de cerca na fronteira para barrar javalis, proteger indústria bilionária de porcos e transformar o medo de epidemias em um cinturão permanente de biossegurança
O que pareceu exagero para alguns virou prioridade estratégica em nível nacional

A Dinamarca decidiu transformar preocupação sanitária em política de Estado ao instalar uma extensa cerca ao longo de parte de sua fronteira com a Alemanha.
Com quase 70 quilômetros de extensão, a estrutura foi projetada para conter o deslocamento de javalis e reduzir o risco de entrada da peste suína africana no território dinamarquês.
A doença, altamente contagiosa entre porcos e javalis, não afeta seres humanos, mas é considerada uma das maiores ameaças à cadeia produtiva suína na Europa por não ter vacina disponível.
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A iniciativa ganhou força a partir de 2018, quando autoridades passaram a tratar o avanço da doença em países vizinhos como um risco econômico real. A suinocultura é um dos pilares das exportações dinamarquesas e movimenta bilhões de euros anualmente.
Em caso de detecção do vírus, protocolos sanitários internacionais impõem restrições severas ao transporte de animais e ao comércio de carne, o que poderia gerar perdas imediatas e de grande escala para o país.
A obra foi autorizada pelo parlamento dinamarquês ainda em 2018, recebeu licenças ambientais no mesmo ano e teve sua execução concluída em dezembro de 2019.
Avaliada em cerca de 11 milhões de euros, a cerca foi construída com aproximadamente 1,5 metro de altura e possui trechos enterrados no solo para dificultar a passagem por baixo.
O projeto também prevê aberturas controladas em cursos d’água, pontos oficiais de travessia e pequenas passagens destinadas a animais de menor porte.
Apesar de apresentada como uma medida de prevenção, a cerca gerou debate dentro e fora da Dinamarca. Críticos questionam a eficácia real da barreira diante das múltiplas formas de transmissão do vírus e alertam para impactos sobre a fauna e a conectividade ecológica em uma fronteira situada dentro do espaço Schengen.
Ainda assim, o governo mantém a estrutura como parte de um cinturão permanente de biossegurança, refletindo como o medo de epidemias animais passou a moldar decisões estratégicas, territoriais e ambientais no coração da Europa.
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