Amamentação: dicas, dúvidas e mitos

Da Redação Da Redação -
Amamentação: dicas, dúvidas e mitos

Imediatamente depois da expectativa, ansiedade e euforia com a chegada do bebê, mãe e criança se deparam com um desafio: a amamentação. Pode ser que o processo se dê de forma tranquila e natural. Mas também pode não ser tão fácil assim. Consciente da importância da amamentação para a saúde física, mental e emocional do pequeno, a mãe busca apoio e, principalmente, informação.

Quais são os benefícios da amamentação?

O leite materno é o alimento mais completo e nutritivo que existe. Ele salva vidas porque previne doenças e evita mortes por diarreia, infecção respiratória, bronquites e pneumonias, principais causas de óbito de bebês até seis meses. Previne, também, doenças futuras. Quem mama no peito tem menos chance de desenvolver asma, alergias, obesidade e diabetes quando adulto. O leite evita as cólicas dos bebês porque é o alimento adequado ao intestino ainda imaturo. Estudos mostram que a amamentação prolongada estimula a inteligência, além de promover um vínculo afetivo entre mãe e bebê, essencial para o desenvolvimento da inteligência emocional.

Quais são os principais mitos relacionados à amamentação?

Há vários, segundo Mirian Santos, pediatra e coordenadora de Amamentação da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. De acordo com ela, os principais são relacionados à crença de que a criança chora muito, não engorda ou não dorme bem porque o leite é fraco ou insuficiente. Outra crença é de que determinados alimentos aumentariam a produção de leite ou que o bebê deve mamar apenas até os seis meses.

Bebês que nascem por cesariana têm mais dificuldade de mamar (Foto: Reprodução/ Agência Brasil)

Bebês que nascem por cesariana têm mais dificuldade de mamar (Foto: Reprodução/ Agência Brasil)

Quais são as principais dificuldades de amamentar?

De acordo com Ana Luisa Issler Vaucher e Solânia Durman, nos primeiros dias, os recém-nascidos podem relutar em querer sugar o seio. No artigo Amamentação: crenças e mitos, elas afirmam que um dos motivos pode ser, simplesmente, a acomodação da nova rotina de mãe e filho. É normal, segundo elas, que a maioria dos bebês não mamem corretamente nas primeiras pegas. No documento Manejo e Promoção do Aleitamento Materno num Hospital Amigo da Criança (1993), a Unicef/OMS lista quatro motivos que dificultam a amamentação: empurrar a cabeça do bebê por trás, numa tentativa de fazê-lo pegar a aréola; a manipulação do bebê por estranhos (o que pode estressá-lo); oferta de bicos artificiais ou chupetas ao bebê, que confundem a sucção e a posição desconfortável para o bebê que impeça a correta pega do mamilo e aréola.

Outro fator que dificulta é a falta de contato imediatamente após o parto com o seio. É nesse momento-chave que os bebês estão dispostos a estabelecer a amamentação, estão com os sentidos voltados para a mãe e respondem melhor ao calor e ao cheiro. A mãe também está numa fase especial de liberação de hormônios responsáveis pela produção e ejeção do leite, segundo a tese de doutorado em Saúde Pública da ENSP de Tania Maria Brasil Esteves.

Além disso, a falta de informação por parte dos profissionais de saúde e de orientação às mães quanto aos problemas que podem surgir dificultam ainda mais a amamentação.

OMS não recomenda o uso de mamadeira (Foto: Reprodução/ Agência Brasil)

OMS não recomenda o uso de mamadeira (Foto: Reprodução/ Agência Brasil)

Por que não devo dar chupetas ou mamadeiras?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, os bicos, de forma geral, são prejudiciais por vários fatores:

– dificultam e reduzem o tempo de amamentação;

– provocam oclusão dentária (que leva à deformação na arcada dentária e problemas na mastigação, além de atrasos na linguagem oral, problemas na fala e emocionais);

– prejuízos respiratórios importantes: expiração prolongada que reduz a saturação de oxigênio e a frequência respiratória; redução do espaço aéreo dos seios da face que provoca desvio do septo nasal;

– redução da produção da saliva, que pode aumentar o risco de cáries;

– maior risco de irritações da orofaringe, laringe e pulmões; infecções de ouvido, rinites e amigdalites; candidíase oral (sapinho) e verminoses (já que é quase impossível manter uma chupeta com higiene adequada);

Onde procuro ajuda se não conseguir amamentar?

Os Bancos de Leite não são apenas espaços para receber as doações. Lá estão profissionais capacitados para tirar todas as dúvidas, orientar e ajudar a mulher, ensinar a pega correta, auxiliar a resolver problemas como rachaduras, mastites e qualquer outro tipo de dificuldade ou impedimento à amamentação. Procure o Banco de Leite mais próximo da sua residência.

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