Prefeitura vai construir “Centro de Adoração” no Morro da Capuava
Anápolis é indiscutivelmente uma cidade bastante religiosa. Tendo uma das maiores comunidades protestantes do país, o município conta até com a única mesquita mulçumana do estado.
A igreja Católica, que reúne o maior número de adeptos, se vincula a história de fundação do antigo arraial de Santana das Antas, atual Anápolis. Espíritas e religiosos de matrizes africanas, mesmo sendo minoria, apresentam expressão incomum comparada a outras regiões de Goiás.
Em um lugar onde a fé faz parte do cotidiano cabe alguma contribuição da prefeitura nesse sentido? Para a Secretaria do Meio Ambiente de Anápolis, sim. Tanto é que no início de agosto foi anunciado pelo prefeito de Anápolis, João Gomes (PT), via Diário Oficial, uma licitação para a construção de um “Centro de Adoração e Louvor”
De acordo com o secretário interino, César Donizete, a prefeitura tinha essa intenção desde 2009 e agora, com a desapropriação de propriedades próximas ao local, a obra para a contrução do “centro” será feita “atendendo uma solicitação da comunidade”, ressaltou Donizete, em entrevista ao Portal 6.
Segundo ele, “todos os vereadores e vereadoras das mais diversas denominações religiosas” reivindicaram a construção do espaço que visa “dar mais conforto aos frequentadores”, quase exclusivamente envangélicos para atos de vigília e consagrações.
Favorecimento?
Teria sido a construção do “Centro de Adoração e Louvor” aprovada porque o atual mandatário da cidade é evangélico? Essa foi mais uma das indagações feitas ao secretário, que garantiu com veemência que não.
“A religião do atual prefeito não interfere, já que o ex-prefeito, Antônio Gomide [PT], católico, já estava trabalhando para a concretização do centro e, de forma paliativa, realizou algumas intervenções no local para dar mais conforto aos frequentadores” salientou.
Ecumênico
Outra garantia da prefeitura é de que o “centro” poderá ser utilizado por todas as religiões. Mas o nome “louvor e adoração” comumente relacionado ao discurso neo-pentecostal, uma das franjas do evangelicalismo, não seria uma clara inclinação? Para Donizete, isso não será um problema e a prefeitura não prevê questionamentos a cerca da relevância e necessidade da obra.
“Essa é uma preocupação de quem não tem conhecimento da formação da sociedade anapolina. Nos preocupamos é em atender a comunidade e dar mais qualidade de vida a todos”, concluiu.