Prefeitura de Anápolis deve R$700 mil de repasses à Fundação Pró-cerrado
Ao todo, 250 adolescentes de baixa renda estão sem receber salário e décimo terceiro. Muitos já não têm dinheiro nem para ir trabalhar
Carlos Henrique -
O Portal 6 descobriu na tarde desta quarta-feira (14) que a Prefeitura de Anápolis está em débito com a Fundação Pró-cerrado, entidade conveniada no programa Cidadão do Futuro, responsável por incluir 250 adolescentes de baixa renda em trabalhos de apoio administrativo na máquina municipal.
Trabalhando com a informação de que os menores estavam sem receber o salário e décimo terceiro há mais de uma semana, a reportagem do Portal 6 foi surpreendida com a nota da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social negando o atraso de pagamento e ainda afirmando que a Prefeitura não tinha convênio com a Fundação Pró-cerrado. A nota oficial foi enviada pela Secretaria Municipal de Comunicação, que faz o assessoramento de imprensa de quase todas as demais pastas.
A Fundação Pró-cerrado não somente desmentiu a versão da Prefeitura de Anápolis, como também revelou que há três meses a entidade não recebe os repasses devidos para realizar o pagamento dos participantes do Cidadão do Futuro. Acumulados, os valores em atraso se aproximam dos R$ 700 mil.
Por telefone, o gerente de polo da Fundação Pró-cerrado, Reginaldo Ramiro, disse que por contrato a parceria com a Prefeitura de Anápolis vai até março de 2017. Ele ainda prometeu que mesmo com os atrasos a entidade honrará o pagamento dos 250 adolescentes na manhã desta quinta-feira (15).
Posteriormente, também por telefone, o secretário Municipal de Desenvolvimento Social, Francisco Rosa, disse que o valor do décimo terceiro pago aos adolescentes são diluídos nas remessas que a Secretaria Municipal da Fazenda envia à Fundação Pró-cerrado e que não sabia ao certo quais eram os débitos que a Prefeitura tinha com a entidade.
Situação crítica
Há adolescentes do programa Cidadão do Futuro que não tem dinheiro nem para pagar passagem no transporte coletivo. Todos eles batem ponto ao chegar e sair do trabalho. Se faltam, o valor é debitado no salário.
