Entenda porque a Unidade Oncológica de Anápolis está recebendo cada vez menos pacientes
Após rumores de fechamento, movimento em defesa da entidade já se mobiliza para a construção de hospital, a exemplo do Araújo Jorge
O dia nacional de combate ao câncer em Anápolis ficou marcado por uma mobilização na sede local da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), no bairro Cidade Universitária.
Pacientes, apoiadores, políticos e corpo médico da entidade fizeram um “abraçaço” em torno do prédio visando chamar a atenção da sociedade para os problemas financeiros enfrentados pela Unidade Oncológica de Anápolis (UOA), devido à uma drástica redução de pacientes.
Na cidade, apenas a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital Evangélico Goiano (HEG) estão habilitados pelo Ministério da Saúde para oferecer tratamento pelo SUS a pacientes com câncer.
Por não ter estrutura hospitalar, restou ao UOA oferecer suas consultas médicas, exames e radioterapia aos dois hospitais. Controladora do HEG, a Fundação James Fanstone contrata esses serviços da ACCG, mas vem os requisitando cada vez menos porque investiu em equipamentos e corpo clínico para diminuir essa dependência.
Receber poucos pacientes também significa receber menos recursos, situação que pode provocar um estado de calamidade financeira ao UOA, mas não de “fechar as portas”, como explicou seu diretor técnico, João Beltrão, em entrevista coletiva durante o evento.
“A gente não trabalha com essa possibilidade [de fechar]. Esses rumores surgiram pela dificuldade de alguns pacientes em conseguirem o tratamento oncológico. Estamos em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, com a ACCG, para regular esse fluxo de pacientes para que isso não precise ser feito”.
Para ajudar, a Prefeitura de Anápolis estuda ampliar o convênio de exames que mantém com a ACCG, com custos atuais de R$ 24 mil por mês.
Outro caminho, mas político, buscará direcionar mais emendas parlamentares de deputados e senadores exclusivamente para a UOA.
Desse movimento de apoiadores também surgiram iniciativas que tentarão viabilizar a construção de um hospital da ACCG, a exemplo do Araújo Jorge, que pertence à unidade, e é referência em toda a região Centro-Oeste.