“Não pudemos fazer um enterro digno para ele”, lamenta filho de anapolino vítima da Covid-19
Segundo ele, mesmo sendo diabético e cardíaco, o pai foi mandado embora para casa e retornou na UPA da Vila Esperança uma semana depois com o quadro agravado
Morador do bairro Calixtolândia, na região Sudeste de Anápolis, o homem de 59 anos, a segunda vítima da Covid-19 da cidade, foi enterrado às 13h30 deste domingo (10), no Cemitério Parque.
A distância, poucos familiares acompanharam o sepultamento. O repórter Evaristo Pereira, da rádio São Francisco FM, esteve no local e conseguiu conversar com um dos filhos sob a condição de anonimato.
Ele confirmou a versão da Prefeitura de Anápolis sobre as unidades de saúde por onde o pai passou antes de falecer pela doença, no último sábado (09), mas contou novos detalhes.
O de que o paciente foi mandado embora para casa para “controlar a diabetes e a pressão alta”, mesmo com a suspeita de ter contraído o novo coronavírus, é um deles.
“A princípio nós levamos na UPA e dignosticou primeiramente com suspeita. Não tinham feito ainda o exame”, discorreu.
“Uma semana depois ele agravou mais, voltou novamente para UPA e solicitaram o exame. Demorou mais ou menos uns dez dias para sair o resultado e foi constatado que realmente ele estava com Covid-19”, contou.
O porquê do pai ter sido levado para Goiânia — após passar pelo Centro de Internação Norma Pizzari Gonçalves, no bairro Jundiaí, e no HUANA — também foi apontado pelo rapaz.
“Como lá [ no antigo Colégio do Carmo] não tinha muitos recursos, ele foi levado para o Hospital de Urgências [HUANA]. Também no Hospital de Urgências viram que não tinha muito recurso para ele e foi transferido para Goiânia [no HCamp]”, discorreu.
“No HCamp ele ficou internado uma semana e meia, mais ou menos, e quando foi ontem [sábado] ele não resistiu”, completou.
Questionado pelo radialista sobre como se sentia diante da perda, o filho lamentou a forma de se despedir de uma pessoa que veio a óbito pela Covid-19.
“Difícil. Meu pai era uma pessoa tão querida na igreja e não pudemos fazer um enterro digno para ele”, disse.
Segundo Evaristo Costa, esse foi o nono sepultamento do tipo realizado no Cemitério Parque desde o início da pandemia em Anápolis.
A íntegra da entrevista pode ser conferida no áudio a seguir.