Mães que perderam filhos em acidentes de trânsito em Anápolis se juntam para pedir Justiça
2020 já é o ano com maior quantidade de vítimas desse crime na cidade
Thalyta Santos tinha 20 anos. Matheus Machado Reis, 19. Emanuel Felipe Pires Martins, apenas 15. Taís Miller, 24. Jovens diferentes, famílias diferentes e uma coisa em comum: todos perderam a vida no trânsito de Anápolis.
Este domingo (15) é lembrado como o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito e a reportagem do Portal 6 esteve de frente com as mães desses quatro jovens.
Mesmo em meio à tanta dor, elas decidiram se unir para lutar contra a impunidade de motoristas que assumem o risco de matar quando estão na direção.
Gisele Moraes dos Santos Silva perdeu a filha Thalyta em 15 de abril de 2019. A jovem estava à caminho do trabalho quando caiu em um buraco, no bairro Jundiaí, e foi atropelada.
Glaucia Gomes se despediu de Matheus em 11 de setembro. O rapaz colidiu contra um poste, no Parque Brasília, depois que um idoso o fechou em um retorno e fugiu sem prestar socorro.
Michelle Pires viu Emanuel vivo pela última vez no dia 03 do mês passado. O adolescente faleceu depois que um empresário bêbado furou um sinal vermelho, na Avenida Brasil, e colidiu com a caminhonete em que ele estava.
Já Silvia Martins Miller recebeu a notícia da morte da filha Taís há exatos 15 dias. A jovem pilotava uma motocicleta, na BR-060, quando um motorista bêbado, na contramão, bateu de frente com ela.
A seguir, a reportagem do Portal 6 disponibiliza o relato dessas quatro mães. Por unanimidade, elas afirmam que situações como essas devem parar de serem tratadas como acidente e receber a devida punição como crime.
Contam também o que fazem para matar a saudade dos filhos, que se foram cedo demais. Veja:
DICT
Titular da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito (DICT) de Anápolis, Manoel Vanderic lembra que 2020 já é considerado o ano mais violento no trânsito da cidade. Ao todo, 107 pessoas já morreram.
“Essa data é para a gente tentar mostrar para as pessoas que essas 107 vítimas não são números, são famílias inteiras que foram enterradas, cujo autores relativizam a importância delas para a sociedade”, afirmou.
“Um terço das mortes é provocada pela embriaguez ao volante. Outras causas frequentes são a velocidade e o uso de celular. Em Anápolis um fator que contribuiu muito foi o desligamento das barreiras. Grande parte dos óbitos aconteceram nas avenidas de grande fluxo e alta velocidade, onde as barreiras estão desligadas”, detalhou.
Veja na íntegra a entrevista com o delegado