Lázaro Barbosa, psicopata ou serial killer?
Muito tem se discutido sobre o comportamento e a conduta violenta de Lázaro Barbosa de Sousa, que tem aterrorizado a região de Cocalzinho de Goiás. Encontram-se textos com as mais diversas terminologias, entre elas a definição que tem ganhado corpo é a de psicopatia.
Segundo a TV Globo, o rapaz havia sido diagnosticado em 2013 como “psicopata imprevisível” em um laudo criminológico feito a partir de uma avaliação psicológica no presídio. O termo “imprevisível” soa grosseiro para um documento de cunho técnico, mas indica que suas ações não poderiam ser calculadas dentro de uma conduta racional no mundo social.
Outros aspectos foram apontados como instabilidade emocional, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade, , possibilidade de ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia entre outros, isso reforça a tese da doença.
A psicopatia é um transtorno em que existe um padrão de desprezo e violação das regras sociais. O nome técnico é transtorno de personalidade antissocial (TPA), mas o termo “psicopatia” é usado há muito tempo. Para um diagnóstico acertado recomenda-se que o indivíduo tenha alcançado a maioridade e se encaixe em uma série de comportamentos descritos no DSM, o manual de saúde mental utilizado e reconhecido no mundo todo como documento padrão para diagnóstico e caracterização de transtornos mentais.
A principal característica de um serial killer é a sequência de assassinatos que comete, seguindo, por norma, um determinado roteiro estabelecido, assim como uma “assinatura”, que caracteriza o seu crime. O comportamento de Lázaro ainda não reúne elementos para essa condição, mesmo tendo alguns elementos em comum, como mandar as vítimas ficarem nuas.
Os especialistas suspeitam agora que há um grau elevado de psicopatia, mas que o laudo existente é antigo e as condições de saúde mental são dinâmicas, ou seja, uma análise de 2013 não mensura o sujeito em 2021. Observa-se hoje um comportamento mais agressivo, delirante e com alteração da realidade, o que o faz imprevisível.
Contudo, o caso reforça a importância do diagnóstico e prevenção nos casos de saúde mental, bem como a necessidade de uma avaliação psicológica eficiente no sistema prisional, para que futuramente possamos evitar tragédias como essas voltem a acontecer.
Marcos Carvalho é professor, psicólogo e servidor público federal. Atualmente vereador em Anápolis pelo Partido dos Trabalhadores. Escreve todas às terças-feiras. Siga-o no Instagram.
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