Vacinação de adolescentes: um olhar além da política
Recebi nos últimos três dias, dezenas de mensagens de pais preocupados com a vacinação de seus filhos adolescentes. Na maioria, a pergunta direta: “ Você acha que devo vacinar o meu filho?”.
Obviamente não oriento condutas médicas a distância, ainda mais sem conhecer o paciente. Muito menos detenho a verdade absoluta, mas faço questão como médico e homem público de deixar minha opinião.
Questões complexas como as ações de enfrentamento na COVID-19 e vacinação devem ser tomadas com base em evidências científicas sólidas. Atentem para indicadores confiáveis e ignorem viés político-partidários e crendices.
A OMS já se posicionou contrária a vacinação de adolescentes. Países do 1º mundo como Reino Unido já restringiram a vacinação desse grupo, não vacinando os “sadios”, já que nesse momento há trabalhos científicos com evidências que existe 600% mais chances de complicações com a vacina do que com o vírus.
Ao mesmo tempo, gestores estaduais e municipais, contrariando acordo com o Ministério da Saúde que fixou a data de 15 de setembro (anteontem) para iniciar a vacinação em adolescentes com comorbidades e deficientes, anteciparam e usaram as doses dos imunizastes nesse grupo.
Anápolis iniciou dia 23 de agosto, e manifestei na Tribuna da Câmara dos Vereadores contrário a essa ação, já que não enquadrava nas orientações legais do Plano Nacional de Operacionalização da vacina.
Espero que a insistência em aplicar a vacina a qualquer custo não obedeça à uma lógica política de confronto ao Ministério da Saúde, numa corrida insana para mostrar competência do gestor, colocando em segundo plano a Ciência. Pior que isso, já com mortes após a picada, como o adolescente de 16 anos em São Bernardo do Campo (SP).
José Fernandes é médico (ortopedista e legista) e bacharel em direito. Atualmente vereador em Anápolis pelo PSB. Escreve todas às sextas-feiras. Siga-o no Instagram.
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