Médico é demitido após denúncias de colegas: ‘Você é cardiologista? Podia cuidar do meu coração’
Além de mensagens, médicas afirmaram que as abordagens também ocorriam de forma presencial e algumas foram punidas por não ceder às investidas
O diretor-técnico do Hospital Estadual de Luziânia é investigado por assédio moral e sexual contra colegas de trabalho. O médico realizava as abordagens de forma presencial e virtual. Após as acusações, Daniel de Souza Wanderley foi demitido da unidade.
No total, três médicas relataram ter sido assediadas pelo profissional. Segundo elas, a situação começou quando ele era apenas médico, entretanto, as abordagens se intensificaram depois que ele se tornou diretor-técnico do Hospital Estadual de Luziânia.
Em uma das mensagens compartilhadas, o médico pergunta a uma das funcionárias se ela é cardiologista. Ao receber a resposta, Daniel diz “assim podia cuidar do meu coração”.
O médico foi denunciado à Polícia Civil (PC) e ao Instituto de Medicina Estudos e Desenvolvimento (Imed), responsável pela administração da unidade.
Ao G1, parte das vítimas que denunciaram o assédio de Daniel disseram que sofreram punições. Uma delas, inclusive, contou que foi demitida da unidade de saúde enquanto outra relatou que teve a jornada de trabalho reduzida em 40%.
A defesa do médico alega que não fará declarações públicas sobre o caso, mas tratou as acusações como falaciosas.
Os advogados disseram confiar na Justiça e que irão adotar medidas judiciais para responsabilizar os responsáveis pela “propagação de fake news e acusações infundadas”.
De acordo com a PC, as vítimas e o médico já foram ouvidos. O caso, colocado em sigilo, foi encaminhado ao Ministério Público de Goiás (MP-GO).