Comerciante racista vai receber visita da Vigilância Sanitária de Anápolis
Órgão pode interditar estabelecimento caso seja constatado que o local está comercializando produtos vencidos e nocivos à saúde
A proprietária do Empório do Gaúcho, estabelecimento localizado na Avenida Brasil Sul, na altura do bairro Batista, terá que enfrentar outra pendência com as autoridades após o episódio de racismo que aconteceu no local na madrugada do último sábado (20).
Agora, a preocupação é outra. Isso porque a Vigilância Sanitária já está ciente da possibilidade do espaço estar comercializando produtos vencidos – que foi justamente o que causou a confusão com a vítima Raphaella Ribeiro, de 24 anos.
Ao Portal 6, o diretor do órgão na cidade, Gúbio Pereira, detalhou que providências já estão sendo tomadas junto à Polícia Civil e que uma visita deve ser realizada ainda nesta segunda-feira (22).
Ele também explicou que, uma vez no comércio, os agentes realizam uma inspeção completa, que investiga desde a regularidade da documentação até as condições sanitárias apresentadas.
Caso seja constatado que o local realmente comercialize produtos que ofereçam um grande risco de saúde para a população, uma das possibilidades é a interdição.
Risco à saúde
A reportagem ainda conversou com a nutricionista Ana Teixeira, que explicou alguns dos principais riscos de se consumir produtos com a data de validade expirada.
“No caso dos enlatados, o maior perigo é a presença de uma toxina que causa o botulismo [a intoxicação pode acarretar em aversão à luz, tonteira, boca seca e até mesmo uma possível paralisia dos músculos respiratórios].”
“Mas, no geral, alimentos vencidos causam dores estomacais, diarreia, infecção alimentar, vômitos e náuseas”, destacou a profissional.
Em tempo
As injúrias sofridas pela bancária Raphaella Ribeiro, de 24 anos, foram filmadas e repercutiram durante todo o final de semana nas redes sociais.
Idete Sgorla Fagundes, de 63 anos, chegou a ser presa e teve de pagar fiança de R$ 5 mil para responder pelo processo fora das dependências do Centro de Inserção Monsenhor Luiz Ilc, a cadeia pública de Anápolis.
“Lá tinha grades, então não tinha como pegar o produto. Ela passou o meu cartão e quando foi colocar na sacola, eu vi que estava estranho. Quando falei que estava vencido, ela já tomou da minha mão”, relatou a vítima.
“Quando eu comecei a filmar, ela se exaltou. No vídeo mostra ela tomando o produto de mim. E foi quando começou a me xingar. Já saí de lá abalada, chorando. Fiz o Boletim de Ocorrência e, na hora que cheguei na delegacia, o pessoal da Polícia Civil já foi até lá. Ela continuou me xingando na frente deles”, acrescentou.